Equipe técnica do Caps salienta a importância da família para a ressocialização dos usuários

Divulgado em 01/08/2014 - 11:45 por Porto Ferreira Hoje

Caps de Porto Ferreira (foto – Google)

Guimarães Rosa certa vez escreveu: “Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam”. Sob este pressuposto a equipe técnica do Caps (Centro de Atenção Psicossocial), que está ligado ao Departamento de Saúde de Porto Ferreira, salienta sobre a importância das famílias participarem no tratamento dos usuários com transtorno mental.

Para o assistente social Alex S. Magalhães, a distância entre as famílias e os usuários cria uma lacuna incapaz de ser preenchida somente com a medicação, o tratamento dos usuários na instituição. Há essa necessidade de a família estar presente. Afinal, a própria família é a responsável por seus dependentes e o distanciamento pode considerar como abandono.
Tratando-se de pessoas com transtornos mentais, isso gera uma série de complicações, entre elas a de característica criminal e que pode gerar penalidade, conforme o artigo 133 da Lei 2848/40 do Código Penal Brasileiro, sobre o abandono de incapaz.

“Existem casos em que os responsáveis não dão a mínima importância para o ser humano que faz uso da instituição e isso cria um mal-estar profundo, sendo necessário recorrer à Justiça para fazer valer a participação da família na ressocialização do ser humano”, disse Alex. No entanto, o assistente social lembra casos opostos. Onde a família se posiciona ao lado do usuário, cujos responsáveis chegam a abandonar o emprego para cuidar do ser humano e isso traz um resultado satisfatório na ressocialização.

Para a equipe técnica, sob a coordenadoria da enfermeira Ana Valéria Pirondi, muitos familiares de usuários do Caps ainda não conseguem entender a importância da participação e o papel do órgão em meio à sociedade. Segundo a equipe, é necessário ficar claro que o Caps não é um depósito humano, não é um albergue, um Fundo Social e tão pouco um Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e droga. O Caps tem a importância no tratamento e ressocialização para pessoas com transtorno mental, dentro da patologia (doença) classificada pela equipe médica da instituição. Em caso de delírios e alucinações por uso de drogas, não é competência do Caps. Para isso existe o Caos AD, em Santa Rita do Passa Quatro.

Por fim, a equipe reforça a importância das famílias e responsáveis estarem bem cientes desse papel fundamental para que haja um equilíbrio entre a participação da equipe técnica do Caps e a família na ressocialização do usuário. A começar por uma boa higienização, uso da medicação nos horários determinados pela equipe médica e afeto, porque, segundo a equipe, há uma grande carência afetiva e social desses cidadãos, o que muitas vezes determina o agravamento de alguns casos.

Para esclarecer quaisquer dúvidas, a equipe técnica do Caps está à disposição no próprio Centro de Atenção Psicossocial de Porto Ferreira, na rua Coronel João Procópio, 870, Centro.

Fonte: AC