Escola SESI mostra em Torneio de Robótica que é possível gerar renda e energia através do lixo

Divulgado em 23/11/2015 - 15:08 por Porto Ferreira Hoje

O Torneio de Robótica SESI SP em parceria com a FIRST® LEGO® League (FLL) é um programa internacional voltado para crianças de 9 a 16 anos, criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar. 

A iniciativa também fortalece a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico, inspirando jovens a seguir carreira no ramo da engenharia, matemática e tecnologia. Por meio de uma experiência criativa, os competidores são desafiados a investigar problemas e buscar soluções inovadoras para situações da vida real, bem como programar robôs autônomos com a tecnologia LEGO® MINDSTORMS® para cumprir as missões da mesa de competições em 2 minutos e 30".

O SESI (Serviço Social da Indústria) é uma entidade autônoma, privada e sem fins lucrativos. É constituído por um Departamento Nacional e 27 Departamentos Regionais, um em cada estado da Federação. Atualmente, conta com mais de 44 mil colaboradores e uma rede de educação básica formada por mais de 500 escolas. Possui 195 mil alunos na educação básica, 188 mil estudantes na educação de jovens e adultos, além de 1,5 milhão de trabalhadores da indústria na educação continuada.

Desde 2013, o Departamento Nacional do SESI é o operador oficial do Torneio de Robótica FLL (FIRST® LEGO® League) em parceria com a instituição americana FIRST e o Grupo LEGO (Dinamarca). Na temporada 2015/2016, o Departamento Nacional do SESI é responsável pela operação de onze torneios regionais e um torneio nacional, com estimativa de receber até 70 times de todo o país.

O desafio FIRST LEGO League de 2015/2016 se chama “Trash Trek”, e cerca de 290.000 crianças de idades entre 9 e 16 anos, de mais de 80 países, irão explorar o mundo fascinante do lixo. E nós não estamos falando de lixo – nós estamos falando de como limpar esse lixo!

Considerando a coleta, a separação, a reutilização e o manejo inteligente do lixo, há mais coisas do que os olhos podem perceber. As equipes FIRST LEGO League irão descobrir o mundo secreto (ou não tão secreto) do lixo! O lançamento da temporada 2015/2016, Trash Trek, foi realizado em 25 de agosto de 2015. Nesta etapa, as equipes devem desenvolver soluções para produzir menos lixo ou melhorar a maneira que as pessoas lidam com o lixo que fazem. E é claro, ao final, compartilhar essa solução.

A equipe de robótica da escola SESI de Porto Ferreira é composta por seis alunos do ensino fundamental II – Ana Laura Alves, César Santos Silva, Luís Fernando Vernech da Silva, Meguy Joyce Dias, Ingridy Paula Santos e Thiago Ruy – além da técnica Danila Lara Pio Graciano (Analista de Informática) e da mentora Juliana Vidal de Sá (Bibliotecária). Esses alunos estão focados no projeto do desafio de robótica desde o mês de agosto último, montando e programando o robô para as provas da arena, e pesquisando sobre como podemos reduzir o lixo que produzimos diariamente.

O projeto de pesquisa do time ferreirense se chama “Wastehope” (a esperança que vem do lixo). Eles descobriram que queimar a gás dos resíduos orgânicos (metano) é a forma mais simples de aproveitar o potencial energético do lixo orgânico, ocasionando, com isso, uma redução significativa da quantidade de lixo orgânico em aterros e lixões, além de geração de receita para famílias que adquirirem essa ideia.

Tradicionalmente tido como imprestável, o lixo orgânico possui bastante água e elementos combustíveis, como carbono e oxigênio. Graças a essa composição, ele consegue gerar muita energia se for submetido a altas temperaturas. Para que isso aconteça, a sujeira vai para um biodigestor, criado pelos alunos da equipe em parceria com a professora de Ciências e com o professor de Geografia, Cristiane Pedroso Tomazela e Edson Luis Baroni.

Dentro desse biodigestor, esses detritos entram em decomposição pela ação de bactérias. Durante o processo, todo o material orgânico acaba gerando grande quantidade de gás metano, que é utilizado como combustível em fogões de cozinha ou geradores de energia elétrica. O biogás é mais barato, renovável e diminui a emissão dos gases que intensificam o aquecimento global. Mas o projeto não acaba aí. Será simulada uma usina termoelétrica a partir da queima do biogás.

No projeto, após a queima do gás metano, a água é aquecida e se transforma em vapor d’água, que segue para um compartimento onde está uma turbina. Por ocupar mais espaço que a água líquida e por estar submetido a uma grande pressão, o vapor faz as pás das turbinas girarem rapidamente.

Depois de passar por um conversor, a energia do movimento da turbina é transformada em eletricidade e distribuída pela rede elétrica da residência, com o objetivo de acender as lâmpadas. Nos Estados Unidos, uma usina que processa 1.500 toneladas de lixo por dia (10% do total produzido na cidade de São Paulo) gera 55 megawatts de energia, o suficiente para abastecer até 40 mil casas.

E por fim, na lógica de um empreendedor, o retorno do capital investido se dará por duas vias: a emissão de créditos de carbono (quando uma certificadora da ONU mede a quantidade de metano queimado e converte esse número em papel com valor de mercado para os países ricos signatários do Protocolo de Kyoto, que assumiram o compromisso de reduzirem suas emissões) e a venda ou produção de sua própria energia elétrica.

De acordo com a proposta, a comercialização dos créditos de carbono pelas pessoas físicas, interessadas na utilização do projeto, será através do mercado voluntário de créditos de carbono, adotando as metodologias indicadas pela ONU e dentro da legislação em vigor no Brasil.

Lembrando que a proposta também pode se estender para o setor público, ONGs e pequenas empresas.

O time representará a escola SESI de Porto Ferreira no dia 02/12 próximo, na cidade de Presidente Epitácio, onde colocará o robô na disputa de arena e apresentará esse projeto de pesquisa. Toda a comunidade escolar está torcendo por eles.

Fonte e fotos: Escola Sesi de Porto Ferreira