Saiba como estão os últimos testes da 1ª vacina brasileira contra a dengue

Divulgado em 22/05/2016 - 07:28 por Porto Ferreira Hoje

A terceira e última fase de testes clínicos da primeira vacina brasileira contra a dengue foram iniciadas em fevereiro deste ano, por meio do Instituto Butantan, principal produtor de imunobiológicos do Brasil, e da Secretaria de Estado da Saúde.

Os testes, que envolverão 17 mil voluntários em todo o Brasil, foram iniciados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina e um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para realização dos exames.

"Todo o trabalho da vacina está sendo feito com rigor científico, com auditoria e acompanhamento internacional de toda parte ética. A vacina será feita em 12 centros no país inteiro e está tudo preparado para o mês de junho a última fase. Há uma expectattiva de fazer uma vacina tetravalente contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, que será uma vacina de repercussão mundial, feita aqui no Instituto Butantan", disse o governador Geraldo Alckmin durante o anúncio do balanço dos números da dengue no estado, na sexta-feira (20). 

A vacina, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.

Nessa última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.

A estimativa do Instituto é que todos os participantes estejam vacinados dentro de um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan acredita ser possível ter a vacina disponível para registro até 2018.

Fonte: Portal do Governo do Estado