CDMF cria força-tarefa de pesquisa e desenvolvimento de compósitos com propriedades bactericidas

Divulgado em 11/05/2020 - 09:00 por portoferreirahoje

Os pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) estão ampliando as suas ações de pesquisa na área de compósitos que apresentem propriedades bactericidas, antifúngicas e antivirais. O objetivo é desenvolver materiais que possam auxiliar no combate à COVID – 19.

Entre os materiais já obtidos, estão compósitos poliméricos que agregam nanopartículas de óxidos metálicos produzidas no Centro. O intuito, de acordo com Sandra Cruz, professora do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (DQ – UFSCar) e pesquisadora do CDMF, é agregar propriedades de interesse de ambos os materiais. “Estamos unindo características dos polímeros que permitem transformá-lo em diversos produtos, como a flexibilidade, resistência e processabilidade, com características antimicrobianas e antivirais das nanopartículas”, explica a pesquisadora.

De acordo com Cruz, a mistura de ambos, nem sempre é trivial e deve-se levar em conta aspectos associados à distribuição e dispersão das partículas na matriz polimérica, assim como a formação de uma interface adequada do sistema – decorrente de uma boa afinidade química entre os componentes –, a fim de maximizar suas propriedades.

A maior parte das partículas com propriedades bioativas, e que se mostram promissoras, são à base de prata, titânio, zinco e sílica. Como um agente antiviral, as partículas a base de prata, por exemplo, interferem nos estágios de replicação por mecanismos separados de adesão à superfície do envelope viral. Embora essa ação já tenha sido demonstrada em relação a outros vírus, ainda está sendo pesquisada em relação ao SARS-CoV-2, o novo coronavírus, causador da COVID – 19.

A pesquisadora Lara Kelly Ribeiro, doutoranda no Programa de Pós – Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar e integrante do CDMF, que também faz parte da força-tarefa, sinaliza que testes foram realizados com os novos polímeros e que algumas máscaras respiratórias de proteção individual já foram impressas. “Conseguimos imprimir algumas máscaras com os materiais compósitos e, agora, estamos nos focando no aperfeiçoamento do processo”, ressalta Ribeiro.

“Em virtude da emergência da saúde pública relacionada ao SARS-CoV-2, estes materiais funcionais ganharam destaque, principalmente na área médico-hospitalar, em EPIs (máscaras, aventais, toucas,etc), materiais ou acessórios de aplicação individual e coletiva, ou ainda em equipamentos de diagnósticos e analíticos”, conclui Cruz.

CDMF

O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).

Fonte: José Angelo Santilli - santilli.jornalismo@gmail.comtarget="_blank">santilli.jornalismo@gmail.com>