Prédio Histórico da 1ª escola de Porto Ferreira passa a denominar “Edifício Professor Sud Mennucci”

Divulgado em 02/05/2021 - 10:09 por portoferreiraho

A partir de 27 de abril o histórico prédio situado na rua Coronel Procópio de Carvalho, 352, no Centro, passa a denominar-se Edifício Professor Sud Mennucci. A determinação consta do decreto 1.697/2021, assinado pelo prefeito Rômulo Rippa.

O prédio abriga a Secretaria de Educação atualmente e o decreto diz que deverão ser mantidas e preservadas como patrimônio histórico de Porto Ferreira as características arquitetônicas, a estrutura e as homenagens ao patrono do edifício.

“Com o decreto, cumprimos um compromisso em conservar a homenagem ao ilustre professor, bem como de preservar o patrimônio histórico e cultural de Porto Ferreira. Dentro do prédio ainda um museu escolar, com utensílios e móveis históricos, e um memorial aos primeiros educadores ferreirenses. Educação, cultura e história”, destacou o prefeito Rômulo Rippa.

História

O tradicional estabelecimento de ensino foi criado em 7 de fevereiro de 1914, por meio de decreto. No dia 16 de fevereiro de 1914 iniciou suas atividades, como o primeiro Grupo Escolar de Porto Ferreira.

Os alunos eram separados por sexo conforme ainda se encontra registrado, em alto-relevo, na frente da escola: a ala dos meninos e a das meninas. Somente em 1945 foram adotadas as classes mistas e, com a reforma do prédio, tal separação foi totalmente extinta e derrubado o muro que dividia o quintal de recreio para alunos de cada sexo.

Depois, o jardim existente no pátio entre as duas alas, e que tinha a forma da Bandeira Nacional, foi demolido e o local foi adaptado para práticas esportivas e manifestações cívicas.

O nome do estabelecimento passou a denominar-se Escola Estadual de Primeiro Grau Sud Mennucci em 27 de janeiro de 1976. Mesmo depois de 100 anos, o prédio é bem pouco diferente do período de sua construção. As janelas altas de madeira foram substituídas por vitrôs que ocupam o mesmo espaço. Na parte interna, o muro que dividia o galpão do recreio foi demolido e foram construídas a cozinha e várias salas.

No ano de 1997, após a municipalização das escolas, passou a chamar-se Escola Municipal de Ensino Fundamental Sud Mennucci. Hoje, a escola tem seu jardim na forma da Bandeira Nacional e conserva as características de sua inauguração.

Em 2017, o Conselho Municipal de Educação aprovou em 27 de setembro a transformação da Emef Sud Mennucci como futura sede da Secretaria de Educação e uma gradativa desativação das salas de aula. A proposta visou principalmente a segurança dos alunos – uma vez que grande parte (mais de 80%) residia em bairros distantes e tinham longos trajetos para se deslocar até o prédio –, melhoria da qualidade do ensino e efetividade de normativas educacionais, e preservação do patrimônio.

A Secretaria de Educação iniciou o funcionamento no prédio histórico a partir de 5 de junho de 2018. O imóvel que funcionou como unidade escolar até o final do ano passado.

Sud Mennucci

Filho de imigrantes italianos da região de Lucca, Sud Mennucci nasceu em Piracicaba e formou-se na Escola Normal dessa cidade em 1910. No mesmo ano, partiu para lecionar em Cravinhos, depois em Dourado e, finalmente, Piracaia, antes de em 1913 embarcar para um curso na Escola de Aprendizes da Marinha em Belém do Pará. Voltou em 1914 e assumiu o cargo de professor em Porto Ferreira. Em 1920, foi nomeado Delegado de Ensino em Campinas e transferido no ano seguinte para Piracicaba.

Em 1925, a convite de Júlio de Mesquita, foi para São Paulo para trabalhar na redação do jornal O Estado de S. Paulo. Em 1930 foi diretor do jornal O Tempo e logo em seguida assumiu o cargo de diretor do Diário Oficial do Estado de São Paulo. Em 1931, tornou-se Diretor-Geral do Ensino (cargo equivalente a Secretário Estadual da Educação) até maio de 1932; depois da revolução, em 1933, assumiu o cargo novamente por um curto período.

Foi um dos fundadores do Centro do Professorado Paulista em 1930 e seu presidente por 18 anos. Professor e jornalista, trabalhou por todos os anos 1930 na Comissão de Estudo de Redivisão Municipal do Estado e foi um árduo defensor do Ensino Rural no Brasil. Em 1943 assumiu como diretor do jornal O Estado de S. Paulo, sob intervenção, e como Diretor-Geral do Ensino pela terceira vez. Ocupou ambos os cargos até outubro de 1945.

Foi também escritor, tendo sido sua obra mais famosa “A Crise Brasileira de Educação”, na qual defendia o ensino rural no Brasil, obra premiada pela Academia Brasileira de Educação.

Casou-se em 1917 em Porto Ferreira com Maria de Oliveira Mennucci e teve cinco filhos. Faleceu em 1948, na Vila Mariana, onde sempre morou durante sua vida na capital paulista, vítima de uma rara doença chamada “pressão alta maligna”, com apenas 56 anos.

Como morava na rua Capitão Cavalcanti, quiseram-no homenagear mudando o nome desta rua para o dele após sua morte. Como não se podia alterar rua que já homenageasse pessoas (lei da época), mudaram o nome da rua Araxans, que ficava ao lado. Um município a Oste do Estado também foi batizado com o nome de Sud Mennucci, próximo ao rio Tietê e hoje com 7,7 mil habitantes.

Por Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos da Prefeitura de Porto Ferreira