Redução no preço da gasolina promovido pela Petrobras não chega ao consumidor

Divulgado em 09/06/2025 - 10:00 por portoferreirahoje*

Apesar do recente anúncio de redução no preço do litro da gasolina por parte da Petrobras, os consumidores brasileiros ainda não sentiram alívio no bolso. Isso porque a diminuição promovida pela estatal não foi repassada pelas distribuidoras e postos de combustíveis, que estariam, segundo denúncias, se apropriando integralmente da diferença de valor. Essa prática, classificada como atuação de cartel, tem preocupado tanto os consumidores quanto a própria Petrobras.

Além da atuação suspeita dos cartéis, outros fatores contribuem para a manutenção dos preços elevados nas bombas. O lobby de setores do agronegócio, especialmente de usineiros ligados à produção de etanol, pressiona contra a queda nos preços dos combustíveis fósseis, temendo perder competitividade no mercado. Soma-se a isso a resistência dos governos estaduais, que veem no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre a gasolina uma importante fonte de arrecadação.

Na prática, essa cadeia de interesses penaliza diretamente o consumidor final, que paga caro pelo combustível, e também a própria Petrobras. A estatal observa uma queda na demanda por gasolina e vê sua estratégia de reduzir preços frustrada pela atuação de intermediários no setor.

Os preços médios do litro da gasolina comum em diferentes estados evidenciam o distanciamento entre o valor praticado nas refinarias e o que é cobrado ao consumidor final. Em estados como Acre e Roraima, o valor ultrapassa R$ 7 por litro, enquanto mesmo nas unidades federativas com preços mais baixos, como São Paulo e Rio de Janeiro, o litro ainda gira em torno de R$ 6,23 — bem acima do que se esperaria após a redução anunciada.

Confira os preços médios da gasolina comum no Brasil captados no dia 05 de junho de 2025:


  • Acre: R$ 7,60

  • Alagoas: R$ 6,64

  • Amazonas: R$ 7,13

  • Bahia: R$ 6,37

  • Ceará: R$ 6,76

  • Distrito Federal: R$ 6,82

  • Espírito Santo: R$ 6,47

  • Goiás: R$ 6,43

  • Maranhão: R$ 6,40

  • Mato Grosso do Sul: R$ 6,51

  • Mato Grosso: R$ 6,57

  • Minas Gerais: R$ 6,39

  • Pará: R$ 6,78

  • Paraíba: R$ 6,26

  • Paraná: R$ 6,58

  • Pernambuco: R$ 6,50

  • Piauí: R$ 6,45

  • Rio de Janeiro: R$ 6,23

  • Rio Grande do Norte: R$ 6,41

  • Rio Grande do Sul: R$ 6,28

  • Rondônia: R$ 7,05

  • Roraima: R$ 7,41

  • Santa Catarina: R$ 6,53

  • São Paulo: R$ 6,23

  • Sergipe: R$ 6,78

  • Tocantins: R$ 6,82

A ausência de mecanismos eficazes de fiscalização e regulação da cadeia de distribuição permite que esse tipo de prática continue, enquanto o consumidor segue pagando caro por um produto que deveria estar mais barato.

Diante desse cenário, cresce a pressão por medidas mais firmes contra os cartéis e pela transparência na formação de preços dos combustíveis. Sem ações coordenadas entre governo federal, estados e órgãos reguladores, a população continuará sendo a principal prejudicada em meio a uma disputa de interesses econômicos.

*Fontes: www.uol.com.br/carros/ -  www1.folha.uol.com.br Texto e charge produzidos com auxílio de IA