Datas ambientais do mês de setembro - 2ª parte

Divulgado em 01/09/2014 - 22:00 por Porto Ferreira Hoje

DIA 11 DE SETEMBRO – DIA DO CERRADO

Histórico

Por decreto do Presidente da República, instituído em 2003, dia 11 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Cerrado – um dos biomas mais importantes do país e também um dos mais ameaçados.

Características, Importância e Ações

O Cerrado como forma brasileira da formação geral chamada savana, ocupa 25 % do território brasileiro com uma área de aproximadamente 200 milhões de ha entre a sua área “core”, Região Centro-Oeste, e as áreas disjuntas nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste.

Trata-se dos principais ecossistemas tropicais da Terra, sendo um dos centros prioritários para a preservação da biodiversidade do planeta.
Confere uma diversidade de 160.000 espécies de plantas – de buritis a ipês e pequis – fungos e animais entre lobos-guarás, veados-mateiros e campeiros, tamanduás, tatus, tucanos, papagaios, peixes, jacarés, sapos, cobras, insetos e moluscos.

A vegetação predominante é constituída por espécies do tipo tropófilas (vegetais adaptados às duas estações distintas, como ocorre no Centro-Oeste), além disso, são caducifólias (que caem as folhas no período de estiagem) com raízes profundas. A vegetação é, em geral, de pequeno porte, com galhos retorcidos e folhas grossas. As raízes são profundas e as
cascas destas árvores são duras e grossas. O solo é arenoso e muito ácido.
O Cerrado abriga as principais bacias hidrográficas - Tocantins, Araguaia, São Francisco e Prata - faz fronteira com a Amazônia, Caatinga, Pantanal e a Mata Atlântica, reunindo 10 mil espécies vegetais, com potencial cosmético e medicinal ainda a ser descoberto.

O Cerrado já foi descaracterizado em mais de 55%, sendo um dos biomas mais ameaçados do planeta.

Uma das principais causas do desmatamento na região é a pecuária extensiva, quadro agravado pela baixa tecnologia empregada. Perante a ausência de manejo das pastagens, o bioma tem hoje 4,2 milhões de hectares de pastagens degradadas, o que equivale a 10% da terra utilizada para pecuária no Cerrado.

A produção agrícola com base nas monoculturas, especialmente, de soja, eucalipto, cana-de-açúcar e algodão estão pautadas em um modelo tecnológico que, além de desmatar amplas extensões de terra e gerar poucos empregos, utiliza grandes quantidades de insumos químicos.

A construção de barragens e estradas, a retirada de madeira nativa para lenha e carvão, aliados à expansão urbana, fecham o quadro de perturbação, restando apenas 1,5% das áreas preservadas sob lei por meio de unidades de conservação. O baixo percentual de áreas protegidas põe o Cerrado na lista dos 25 biomas de elevada diversidade mais ameaçados do mundo. A realização de pesquisas científicas efetivas que ajustem o modelo desordenado de desenvolvimento econômico, estabelecido desde a década de 60 neste bioma, pode maximizar o uso racional e incentivar a conservação da tão rica biodiversidade do Cerrado. Além disso, o desenvolvimento de políticas que permitam a coexistência das populações humanas e da biodiversidade do Cerrado contribuirão para preservação do imenso banco genético que se abriga neste bioma importante.

No Parque Estadual de Porto Ferreira encontra-se a vegetação de Cerrado onde foram identificadas 200 espécies de árvores, entre as quais o pau-terra, o barbartimão, o cinzeiro, o capitão-do-campo, a pimenta-de-macaco. Entre os animais estão o lobo-guará e o tamanduá-mirim que também circulam por outros ambientes.

DIA 16 DE SETEMBRO – DIA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO Á CAMADA DE OZÔNIO

Histórico

É comemorado em 16 de setembro, data que marca o aniversário da ratificação do Protocolo de Montreal, ocorrido em 1987.

O tratado visa à redução e à proibição de substâncias que destroem a camada de ozônio, como os gases CFC. De acordo com Neusa Paes Leme, pesquisadora do laboratório de ozônio do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), quase todos os países do mundo já assinaram o acordo.

Definição

O ozônio é um gás atmosférico azul-escuro, que se concentra na chamada estratosfera, uma região situada entre 20 e 40 km de altitude. A diferença entre o ozônio e o oxigênio dá a impressão de ser bem pequena, pois se consiste a um átomo: enquanto uma molécula de oxigênio possui dois átomos, uma molécula de ozônio possui três. Essa pequena diferença, no entanto, é fundamental para a manutenção de todas as formas de vida na Terra.

Características e Importância

A camada de ozônio, funciona como um escudo que nos protege dos raios solares de intensidade mais elevada, perigosos e maléficos à vida - o câncer de pele, uma das doenças que mais mata na atualidade no mundo, é consequência da exposição da pele a esses raios.

Grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera tem sido pelo homem lançado, o que está causando diminuição da camada de ozônio e aquecimento em nível global. Quando foram inventadas, por exemplo, as geladeiras com CFCs (clorofluorcarbonos, gases muito agressivos à camada de ozônio), não se pensava que esse gás seria tão prejudicial à camada de ozônio.

O uso de CFCs é proibido desde 2000, quando, infelizmente, o estrago já havia sido causado. Nos dias atuais, preocupa-nos os índices de gás carbônico, pois, embora menos prejudicial que o CFC, esse é produzido em escala muito maior (até mesmo carros movidos à álcool emitem uma pequena parcela de gás carbônico).

Ao lançarmos gases poluentes para o ar, estes tendem a ocupar todo o espaço. Isso indica que ao emitirmos gases poluentes em Portugal, estes podem se espalhar e ir até os EUA. Além disso, os gases que emitimos sobem muito lentamente (demoram cerca de 15 anos para atingir a camada de ozônio), o que significa que se parássemos de poluir hoje, só em setembro de 2023 teríamos um reparo na ozonosfera.

Atualmente, a maior parcela dos gases está concentrada nos pólos terrestres, o que está causando um enorme buraco nesta camada nessas áreas. A camada que fica congelada durante todo o ano, a área de gelo permanente, foi reduzida em 14%, o equivalente a um país como Turquia ou Paquistão.

Em consequência do furo na camada de ozônio, locais de altitudes elevadas também estão sujeitos ao degelo. As geleiras suíças, por exemplo, perderam mais de 15% de sua área de superfície nas últimas décadas, e podem desaparecer se as mudanças climáticas não forem amenizadas, quase que inteiramente em um século.

Ações de Conservação

As pessoas precisam se conscientizar de que a camada de ozônio desempenha uma função muito importante na vida terrestre e marinha. Com essa importância reconhecida, é essencial que façamos nossa parte para sua preservação. Combustíveis fósseis, como o petróleo, além de poluírem muito, não são renováveis. Quando transformados em materiais como plásticos, não são biodegradáveis, ou seja, nunca mais voltarão a fazer parte da natureza novamente.

A solução é trocar carros a gasolina por carros à álcool (renovável e menos poluente), reciclar sempre que possível as embalagens plásticas e diminuir a liberação de gases que destroem a camada de ozônio, comprando produtos (geralmente sprays, aparelhos de refrigeração e extintores de incêndio) que não contenham CFC (geralmente estes produtos vêm acompanhados de um selo identificador).

Ser uma pessoa consciente é pensar sempre no nosso futuro, que passa, de qualquer forma, pela preservação do nosso meio ambiente.

http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=5654

Autoria: Andreia Luiza Baggio Rodrigues e Sonia Aparecida de Souza
Foto: Garça Cinzenta em área de cerrado do Parque Estadual de Porto Ferreira - José Guilherme Dickfeldt