Enchente também revela que rio Mogi Guaçu necessita de cuidados

Divulgado em 24/01/2016 - 07:56 por Biólogo Ernesto Pedro Dickfeldt

Neste mês pudemos ver um fenômeno que há muitos anos não se repetia no Rio Mogi: a enchente.

Muitas pessoas até duvidavam que as cheias ocorreriam novamente, devido às notícias alarmantes sobre falta de água e mudanças climáticas.

A escassez de água nos anos passados nos remete à uma reflexão sobre os cuidados que temos que ter com os rios, pois se o volume de água é baixo, esgotos domésticos e industriais precisam ser tratados para melhorar a qualidade da água.

O alagamento também evidenciou que precisamos cuidar das várzeas, pois uma grande quantidade de resíduos flutuaram e sinalizaram o descarte irregular de lixo, conforme as fotos que ilustram a matéria tomadas nas lagoas alagadas situadas na Vila Sybilla.

O inconveniente não se restringe apenas à poluição visual, mas à saúde pública também.

 O grande problema está justamente naquilo que não vemos, os resíduos tóxicos que ficam submersos na várzea alagada.

As várzeas alagáveis são consideradas os berçários dos peixes, e aí reside  o perigo, pois substâncias  liberadas do lixo tóxico  como pilhas, baterias, e resíduos industriais podem entrar na cadeia alimentar, causando sérios danos à saúde como câncer e danos ao sistema nervoso central.

Fica aqui mais um alerta para que a sociedade se conscientize e assuma a responsabilidade socioambiental em relação à sanidade de nossos rios, pois da qualidade da água depende nossa própria saúde.

Fotos: Porto Ferreira Hoje - Resíduos flutuando ou sob plantás aquáticas nas lagoas marginas do rio Mogi Guaçu na região da Vila Sybilla, em Porto Ferreira-SP.