3 De Junho – Dia Nacional Da Educação Ambiental

Divulgado em 03/06/2012 - 01:10 por portoferreirahoje

A lei que institui o dia 03 de junho como o Dia Nacional da Educação Ambiental foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 14 de maio. Mas temos o que comemorar?

Um resumo da história da Educação Ambiental.....

A educação ambiental teve seu reconhecimento internacional como estratégia essencial em resposta à crise ambiental a nível mundial em 1972 na conferência de Estocolmo quando é proposto um programa internacional visando educar o cidadão comum como o primeiro passo para esse se relacionar com o seu meio ambiente de modo sustentável.

Em 1975 durante o I Seminário Internacional de Educação Ambiental em Belgrado é indicado um novo tipo de educação, envolvendo estudantes, jovens, professores, sociedade de maneira a tornar possível o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades, valores e atitudes, visando à melhoria da qualidade ambiental e elevação da qualidade de vida.

Na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi em 1977, a educação ambiental é considerada um elemento essencial para uma educação global em que as ações devem se referir à soluções de problemas, através da participação ativa dos educandos, em favor do bem estar da comunidade, devendo tratar tanto da dinâmica do ambiente físico quanto do socioeconômico e do desenvolvimento humano. Essa ainda considerou o meio ambiente como “o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem os homens e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência”.

No Brasil, a educação ambiental emerge somente na década de 1980 como um campo de saberes e práticas, e na década de 1990 se consolida a partir da Conferência das Nações Unidades para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92.

A Educação Ambiental é definida pela Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA – Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 como processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida. Essa política reforça a educação ambiental como um componente permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

Finalidades, Objetivos e Princípios Básicos

Finalidades
a)ajudar a fazer compreender, claramente, a existência e a importância da interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas e rurais;

b)proporcionar a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente;

c)induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.

Objetivos
Sensibilização ambiental: Processo de alerta, considerado como primeiro objetivo para alcançar o pensamento sistêmico da Educação Ambiental.

Compreensão ambiental: Conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem o sistema natural.

Responsabilidade ambiental: Reconhecimento do ser humano como principal protagonista para determinar e garantir a manutenção do planeta.

Competência ambiental: Capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema (ambiental).

Cidadania ambiental: Capacidade de participar ativamente, resgatando os direitos e promovendo uma nova ética capaz de conciliar a natureza e a sociedade.

Princípios
A educação ambiental deve:
- Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais, econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético;

- Construir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar, e continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;

- Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;

- Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista do local, regional, nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as condições ambientais de outras regiões geográficas;

- Concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a perspectiva histórica;

- Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para prevenir e resolver problemas ambientais;

- Considerar de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e de crescimento;

- Ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;

- Destacar a complexidade dos problemas ambientais (sócio ambientais) e, em consequência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver problemas;

- Utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar e adquirir conhecimento sobre o meio ambiente, acentuando devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais.

Desde a Conferência de Tbilisi, na Geórgia, em 1977, já são conhecidos os objetivos, princípios, estratégias e recomendações para o desenvolvimento da Educação Ambiental. Entretanto, a Política Nacional de Educação Ambiental - PRONEA (Lei 9.795) só foi criada 20 anos depois, em 1999, e regulamentada apenas em 2002 (Decreto 4.281). Foram necessários ainda mais 15 anos para a criação de um Dia Nacional da Educação Ambiental.

De acordo com a Constituição Brasileira em seu Capítulo VI, artigo 255, cabe ao poder público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização publica para a preservação do meio ambiente”. Mas até hoje a educação ambiental ainda é modesta, seja pela dificuldade em capacitar professores, em implantar novas estratégias de ensino, em obter materiais de ensino adequados, ou ainda pela rigidez da estrutura curricular.

A criação de uma data como essa é importante para valorizar a educação ambiental e servir como um momento de reflexão sobre o que foi feito até o momento e o que pretendemos para o futuro. Mas devemos trabalhar para que essa data não se torne apenas mais uma no calendário ambiental, em que, neste dia se promovem ações pontuais, que no dia seguinte são esquecidas. As mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes, de modo a possibilitar o respeito à diversidade biológica, cultural e étnica são compromissos da Educação Ambiental, que deve ser um processo contínuo, permanente e para todos.

Atualmente quem faz, quem tem acesso e quem precisa de educação ambiental?

Os principais atores que desenvolvem a educação ambiental são os órgãos públicos de educação e meio ambiente, recursos hídricos, agricultura; as ONG's – Organizações Não Governamentais, as Universidades.

A PNEA também prevê a promoção de ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente nos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA.

As áreas naturais protegidas, como o Parque Estadual de Porto Ferreira - PEPF oferecem oportunidades únicas para a reaproximação das pessoas aos ambientes naturais, aliando conhecimento, reflexões, desafios, afetividade, curiosidade, imaginação e noção de pertencimento, o que facilita os objetivos da educação ambiental e da conservação da natureza.

O PEPF desenvolve atividades de educação ambiental desde 1990. Ao longo dos anos vem implementando estruturas e ações, tendo como público alvo principal, a comunidade escolar e os grupos organizados.

As ações de educação ambiental no PEPF tem o objetivo de sensibilizar e conscientizar a comunidade sobre a importância dos recursos naturais, dos aspectos históricos e culturais, e também buscar o seu envolvimento e participação em ações de conservação e valorização. Palestras temáticas, exposições, trilhas interpretativas e estudo do meio e cursos e materiais paradidáticos são principais estratégias utilizadas.

De maneira geral, o principal público abrangido por ações de educação ambiental é o público escolar, os professores e especialmente os alunos do ensino infantil, fundamental e médio. Obviamente é importante que as crianças tenham este tipo de formação, mas apenas isso não basta. Precisamos também desenvolver ações que eduquem e reeduquem os tomadores de decisão. São os donos de indústrias, os produtores rurais quem decidem quais áreas de florestas serão mantidas ou cortadas, onde se colocará fogo, quanto de insumos e agrotóxicos será utilizado, se vão ou não adequar sua produção para poluir menos, além de serem eles os maiores consumidores dos recursos hídricos. Os políticos criam e votam as leis que definem as ações de proteção ao meio ambiente ou legalizam a sua degradação.

Estudos recentes apontam que é possível o desenvolvimento garantindo a sustentabilidade do planeta, basta que mudemos nossa forma de consumo, agindo de maneira mais consciente, e de produção utilizando técnicas disponíveis que sejam menos agressivas ao meio ambiente. A solução depende de todos nós, crianças, jovens, adultos.

Fonte: PARQUE ESTADUAL DE PORTO FERREIRA