Apesar de cidades médias e grandes liderarem o ranking de arborização no estado, a falta de áreas verdes em periferias e a vulnerabilidade climática persistem, impactando a saúde pública e a segurança ambiental.
Um novo levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) de 2025 revela um dado surpreendente sobre a arborização em núcleos urbanos no Estado de São Paulo: as cidades mais verdes não são as pequenas e afastadas, mas sim municípios de médio e grande porte. Valinhos, Franco da Rocha, Itaquaquecetuba, Hortolândia e Jundiaí são alguns dos destaques, com porções verdes que variam de 27% a 16% em seus centros. A capital paulista, em contrapartida, figura na 141ª posição, com apenas 6,3% de arborização.
Os Benefícios do Verde Urbano –
A importância da arborização vai muito além da estética. O botânico Ricardo Cardim ressalta que "uma densa cobertura verde reduz a temperatura média das cidades, aumenta a umidade do ar, previne as ilhas de calor e os eventos climáticos extremos como os que temos visto em São Paulo no verão, isso sem falar em segurança climática."
Além disso, a presença de árvores proporciona benefícios ecossistêmicos cruciais: redução do barulho, retenção de poeira e filtragem de gases tóxicos. Espécies nativas, por sua vez, atraem a fauna de volta à cidade, promovendo o equilíbrio ecológico e combatendo pragas urbanas que transmitem doenças. Cardim é enfático: "A arborização das cidades é um fator de saúde pública, física e psicológica."
Exemplos que inspiram… e desafios que preocupam
Cidades como Valinhos servem de exemplo na gestão ambiental. Com 92,7% dos domicílios arborizados, o município exige análise técnica e compensação para a remoção de árvores, além de investir no plantio de espécies da Mata Atlântica.
Franco da Rocha e Itaquaquecetuba também demonstram compromisso com programas de plantio de árvores, visando a melhoria da qualidade de vida dos moradores.
No entanto, o levantamento do IPS também aponta para uma realidade complexa: mesmo com núcleos urbanos bem arborizados, alguns municípios como Franco da Rocha e Jundiaí são considerados vulneráveis às mudanças climáticas e sujeitos a deslizamento de encostas. Isso ocorre porque, embora os centros sejam verdes, áreas periféricas mais vulneráveis muitas vezes carecem de vegetação suficiente, exacerbando os riscos ambientais.
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Veja mais sobre o assunto acessando essa reportagem do Estadão nesse link
*Fontes: www.estadao.com.br – saocarlos.usp.br – urbverde.iau.usp.br