Pelo menos 59 civis palestinos foram mortos e mais de 200 ficaram feridos após tanques israelenses abrirem fogo contra uma multidão que aguardava ajuda humanitária na manhã desta segunda-feira (16), em um dos ataques mais letais desde o início do conflito. O incidente, ocorrido na principal estrada a leste de Gaza, expôs a crise humanitária extrema enfrentada por milhares de famílias que dependem de doações para sobreviver.
Cenas de horror – Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram corpos mutilados espalhados pelas ruas de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Testemunhas relataram à Reuters que tanques israelenses dispararam pelo menos dois projéteis contra uma multidão de milhares de pessoas que se aglomeravam na esperança de receber alimentos de caminhões de ajuda.
Resposta das FDI e crise humanitária – Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram estar "cientes dos relatos" e que o incidente está "sob revisão", lamentando "qualquer dano a não envolvidos". O Exército israelense justifica o controle rígido da distribuição de ajuda para evitar supostos desvios pelo Hamas, acusação negada pelo grupo.
O ataque ocorre em meio à crescente fome em Gaza, onde a ONU alerta para colapso humanitário. Desde que Israel flexibilizou parcialmente o bloqueio total ao território, civis têm enfrentado filas mortais para obter comida. Autoridades palestinas acusam as tropas israelenses de atirar deliberadamente contra civis — apenas em Rafah, 23 pessoas foram mortas em circunstâncias semelhantes no mesmo dia.
Críticas ao sistema de ajuda – Enquanto Israel e EUA defendem a atuação da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) — que distribuiu "3 milhões de refeições sem incidentes", segundo nota —, a ONU classifica o sistema como "inadequado e perigoso", violando princípios de neutralidade. Médicos em Gaza relatam ainda mais 14 mortes em outros ataques nesta terça (17), elevando o total diário para 65.
O massacre reacendeu condenações internacionais, enquanto famílias palestinas enterram seus mortos sob o risco de novos bombardeios. Para muitos, a busca por comida tornou-se uma roleta-russa diária. "Estamos sendo esmagados pela guerra e pela fome", resumiu um médico no Hospital Nasser, onde corpos se acumulam.
*Fonte: www.cnnbrasil.com.br – Agência Reuters
