Assim como fez com o sistema QRIS, Washington acusa o método brasileiro de prejudicar empresas americanas e anuncia investigação pelo USTR
Os Estados Unidos incluíram o Pix em uma investigação por “práticas comerciais injustas” por parte do Brasil contra os interesse de empresas estadunidenses, replicando a mesma estratégia adotada contra a Indonésia e seu sistema de pagamento digital, o QRIS.
A justificativa utilizada contra o Brasil é semelhante à Indonésia em abril, quando os EUA impuseram tarifas de 32% sobre o país asiático, classificando o QRIS como uma “barreira não tarifária”. Na época, o USTR argumentou que as empresas americanas não foram consultadas sobre a implementação do sistema pelo Banco da Indonésia, assim como criticam agora a falta de diálogo com o Brasil.
Caminho para o Brasil – EUA e Indonésia chegaram a um acordo reduzindo as tarifas de 32% para 19% no marco das “tarifas recíprocas”. Embora os termos sobre o QRIS ainda não estejam totalmente definidos, a Indonésia afirmou que o sistema será incluído em discussões sobre desregulamentação para “tornar os negócios mais competitivos”.
Autoridades indonésias defenderam o QRIS durante as negociações, assim como o Brasil deve fazer com o Pix. Fontes próximas ao diálogo entre Washington e Jacarta revelaram que um dos pontos de atrito era a diminuição do uso de empresas americanas de cartão de crédito e débito devido à popularização do QR code no país, ou seja, empresas estadunidenses começaram a peder dinheiro no país asiático
Agora, o Brasil enfrenta um desafio similar, com o USTR questionando a transparência na implementação do Pix e seu impacto em empresas estrangeiras. O desfecho do caso indonésio pode servir como um precedente para as negociações brasileiras, que terão de equilibrar a defesa do sistema nacional com as pressões comerciais dos EUA.
Fontes: Jornal da BBC e Jornal Valor Econômico