Paralisação de frigoríficos em Mato Grosso do Sul após tarifa extra de Trump redireciona carne bovina ao mercado interno, com expectativa de queda nos preços para o consumidor
A decisão do governo presidente dos EUA Donald Trump de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros já provoca efeitos diretos no setor de carnes do país. Em Mato Grosso do Sul, frigoríficos suspenderam a produção destinada ao mercado norte-americano, e a carne que seria exportada começa a ser redirecionada para outros países e, principalmente, para o mercado interno. O movimento deve impactar os preços ao consumidor nas próximas semanas.
Com mais carne circulando no Brasil, será mais provável uma queda de preços ao consumidor, no entanto, o efeito pode ser temporário, caso as negociações com os EUA avancem e as exportações sejam retomadas.
Atualmente, os Estados Unidos representam o segundo maior mercado da carne bovina brasileira, absorvendo cerca de 12% das exportações, atrás apenas da China, que compra quase metade do total.
A nova taxação anunciada pelo ex-presidente Donald Trump tem inviabilizado a continuidade dos embarques para os EUA. Para minimizar os prejuízos, o governo de Mato Grosso do Sul e lideranças do setor buscam alternativas. Países como Chile e Egito estão no radar para receber os lotes que não poderão mais entrar nos EUA. Contudo, o processo de adaptação a novos mercados pode levar tempo.
Os frigoríficos devem acelerar os esforços de diversificação, o Brasil exporta carne bovina para mais de 100 países. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a ordem agora é intensificar a busca por novos compradores, especialmente no Oriente Médio, sul da Ásia e no chamado Sul Global. Japão e Coreia do Sul também estão entre os alvos de negociações futuras.
Enquanto isso, os consumidores brasileiros devem observar um alívio no preço da carne nos açougues e supermercados — ao menos no curto prazo.
Fonte: Diário do Poder