Fidelidade à Tesla caiu de 73% para 49,9% em menos de um ano, em meio a críticas políticas, envelhecimento da linha de produtos e aumento da concorrência.
A Tesla, líder em vendas de veículos elétricos nos EUA, viu sua fidelidade de clientes despencar drasticamente após o CEO Elon Musk declarar apoio ao ex-presidente Donald Trump, em julho de 2024. Dados inéditos da S&P Global Mobility, obtidos pela Reuters, revelam que a taxa de clientes que voltam a comprar carros da Tesla caiu de 73% em junho de 2024 para apenas 49,9% em março deste ano, bem abaixo da média do setor automotivo.
Analistas apontam que o posicionamento político de Musk afastou a base ecoconsciente e, em muitos casos, democrata, da Tesla. Além disso, a montadora enfrenta desafios como uma linha de produtos envelhecida, vendas em queda e crescente competição de rivais como Hyundai, GM e BMW. A empresa também perdeu terreno na chamada “migração líquida” de clientes: antes dominante, agora a Tesla atrai menos de dois novos domicílios para cada um que perde para concorrentes.
Apesar da recuperação parcial da fidelidade em maio (57,4%), a Tesla ainda sofre com danos à marca, agravados por polêmicas políticas, demissões no setor público e um desempenho fraco de seu único lançamento recente, o Cybertruck. Ainda assim, investidores como a Zacks Investment Management mantêm otimismo no potencial da Tesla em áreas como robotáxis e direção autônoma.
Enquanto isso, marcas como Rivian, Polestar e Porsche seguem conquistando antigos clientes da Tesla, sinalizando uma reconfiguração no mercado de veículos elétricos.
Fonte: Reuters