Cúpula do PL descarta qualquer punição e sinaliza impunidade, enquanto o presidente Hugo Motta demonstra incapacidade de impor autoridade
Em meio à crise política deflagrada pelo motim de deputados do PL na Câmara na semana passada, a fraqueza institucional do presidente da Casa, Hugo Motta, fica cada vez mais evidente.
Enquanto a cúpula do Partido Liberal (PL) afirma nos bastidores que o processo “não dará em nada”, Motta não consegue garantir a aplicação de sanções contra os parlamentares envolvidos no tumulto, expondo sua dificuldade em impor ordem e disciplina no plenário.
Fontes internas revelam que o PL já articula para blindar seus deputados, a maioria dos envolvidos no ato de rebeldia que paralisou os trabalhos legislativos. A resistência do partido em aceitar qualquer tipo de punição reforça a percepção de que a Câmara está refém de grupos políticos que agem sem consequências, mesmo após violações ao regimento e à ordem institucional.
Impunidade – A postura do PL reflete uma estratégia de confronto que vem se tornando frequente no Congresso, onde deputados bolsonaristas têm testado os limites da governabilidade do Hugo Motta. A falta de uma resposta firme do presidente da Câmara alimenta a sensação de que atos de indisciplina serão tolerados, minando a credibilidade do Legislativo.
A hesitação de Motta em punir os revoltosos é um sinal de fragilidade. Se o presidente da Câmara não consegue aplicar as regras do jogo democrático, o comando do legislativo já não existe mais.
O episódio deixa claro que, mais do que um motim dos bolsonaristas, o que está em jogo é a capacidade, ou falta dela, do comando da Câmara em assegurar o funcionamento do Congresso diante de ataques coordenados.
Fonte: O Globo