Relatório adaptado às diretrizes de Trump cita censura a opositores, bloqueio de redes sociais e repressão à imprensa
O governo dos Estados Unidos divulgou, nesta terça-feira (12), um relatório anual do Departamento de Estado no qual acusa o Brasil, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de adotar medidas que restringiram liberdades civis e agravaram a situação dos direitos humanos em 2024. O documento, alinhado às diretrizes de política externa do presidente Donald Trump, aponta ações consideradas desproporcionais contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), jornalistas e políticos da oposição.
Segundo o relatório, tribunais brasileiros teriam minado o debate democrático ao limitar o acesso a informações na internet. Entre os episódios citados está a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear temporariamente a rede social X até a remoção de contas acusadas de disseminar desinformação. Também é mencionado o bloqueio do site Rumble, popular entre conservadores, após a recusa em retirar o canal do blogueiro Allan dos Santos, radicado nos EUA e alvo de investigações no Brasil.
O texto afirma que o governo Lula rotulou manifestações críticas como “discurso de ódio” e agiu de forma sigilosa, sem garantir devido processo legal. Os EUA ainda citam casos de “execuções arbitrárias ou ilegais, tortura, prisões arbitrárias e sérias restrições à liberdade de expressão e de imprensa”.
A divulgação do documento ocorre em meio ao agravamento da tensão diplomática entre os dois países. Trump já acusou Lula de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, que responde a julgamento por suposta tentativa de golpe em 2022. Como retaliação, Washington impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionou o ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: agendadopoder