Setores de caminhões, cosméticos e madeira pedem exclusões tarifárias em investigação da Seção 301, temendo custos maiores e aproximação de Brasília com Pequim
Grandes empresas e associações do setor privado norte-americano intensificaram a pressão sobre o governo dos Estados Unidos para que adote uma postura negociada com o Brasil no âmbito da investigação da Seção 301, conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio (USTR). O prazo para o envio de manifestações terminou nesta segunda-feira (18/08), e uma audiência pública está marcada para 3 de setembro.
As companhias pedem exclusões tarifárias e defendem diálogo direto com o governo brasileiro, argumentando que medidas punitivas amplas podem encarecer produtos, afetar cadeias produtivas e empurrar o Brasil para maior aproximação com a China.
A Daimler Truck North America, líder no mercado de caminhões pesados nos EUA, destacou que parte de seus fornecedores no Brasil inclui empresas americanas instaladas no país. Em sua manifestação, a montadora advertiu que “adotar uma postura mais agressiva com o Brasil reforçará seu engajamento com outros países, como forma de contrabalancear o prejuízo provocado por uma resposta dura dos Estados Unidos. Entre esses riscos está uma presença mais ampla da China no Brasil”.
Na mesma linha, o National Care Products Council, que representa fabricantes de cosméticos e produtos de cuidados pessoais, ressaltou a dependência de insumos brasileiros para manter a competitividade global do setor. A vice-presidente Natalie Obermann defendeu a negociação ativa com o governo Lula para reduzir entraves regulatórios. Segundo ela, caso medidas comerciais sejam inevitáveis, é necessário que “remédios proporcionais” preservem insumos e produtos de higiene e beleza.
O setor privado alerta que tarifas generalizadas podem pressionar custos e restringir o acesso a insumos estratégicos. Nesse contexto, avançar em frentes de cooperação com Brasília é visto como um caminho mais alinhado aos interesses econômicos e geopolíticos dos Estados Unidos.
Fonte: clickpetroleoegas