Pastor critica governador de São Paulo em entrevista após operação da PF e volta a atacar STF e Alexandre de Moraes
O pastor Silas Malafaia afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem buscado se aproximar da base bolsonarista, mas se mostra omisso quando o assunto é a defesa direta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Em todas as manifestações em que ele participou, fica dizendo: ‘Volta Bolsonaro. Bolsonaro foi o maior presidente’. Mas eu nunca vi o Tarcísio fazer uma crítica a Alexandre de Moraes e nem ao Supremo Tribunal Federal. Dizer ‘volta Bolsonaro’ e que ele é o maior presidente do Brasil, para ganhar o Bolsonaro?”, disse Malafaia em entrevista à BBC News Brasil.
O líder religioso, que voltou recentemente de viagem a Portugal, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (20/8). Ele teve o celular e o passaporte apreendidos. Malafaia foi citado em relatório da PF como um dos que teriam atuado para coagir autoridades ligadas ao processo contra Bolsonaro no caso da suposta trama golpista de 8 de janeiro. Apesar disso, diferentemente do ex-presidente e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ele não foi indiciado.
Áudios divulgados pela Justiça revelaram conversas entre Malafaia e Bolsonaro, nas quais o pastor sugeria estratégias de manifestação sobre o tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros e demonstrava entusiasmo com as sanções.
Na entrevista, Malafaia manteve o tom combativo, acusando o ministro Alexandre de Moraes de perseguição política e classificando a investigação como uma tentativa de calá-lo. “Esse é o modus operandi do ditador da toga. Quando alguém o incomoda, ele abre uma investigação”, afirmou.
Apesar de críticas a adversários, Malafaia não poupou Tarcísio. Disse estar decepcionado com a postura do governador, mas evitou romper completamente: “Não vou aqui queimar e arrebentar o Tarcísio e dizer que ele não vale mais nada. Por enquanto, tem me decepcionado. Mas vamos ver a história para ver até onde isso vai”.
O pastor também defendeu que lideranças da direita têm direito de pedir apoio internacional em favor da anistia a Bolsonaro e aliados. “Você pode recorrer a instâncias internacionais. Está na Carta Constitucional”, argumentou.
Fonte: bbc.com