Presidente defende negociações em igualdade de condições e critica tarifaço imposto por Donald Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (26) que o Brasil não aceitará ser tratado como “subalterno” em negociações internacionais, em especial nas tratativas sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.
“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. É importante saber que nosso compromisso é com o povo brasileiro”, declarou Lula durante a abertura da segunda reunião ministerial de 2025, realizada no Palácio do Planalto.
Segundo o presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estão à frente das negociações e “24 horas por dia à disposição de conversar com quem quer que seja”, sobretudo em relação ao comércio exterior.
Lula criticou a postura do governo norte-americano e reforçou a soberania brasileira:
“O governo dos Estados Unidos tem agido como se fosse imperador do planeta Terra. Nós somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação, e quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, tem de prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, disse.
O encontro ministerial também tratou de outros temas prioritários do governo, como o projeto de regulamentação das big techs, a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, além de debates sobre política internacional.
Lula ainda comentou sobre o possível fim da guerra na Ucrânia, o conflito entre Israel e Hamas, e fez críticas à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em especial ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamou de protagonista de uma das “maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.
A reunião ocorre em meio à recuperação da popularidade do presidente, que busca consolidar sua base política e preparar terreno para o cenário eleitoral de 2026.
Fonte: Metropoles