Tarifas impostas pelos EUA expõem nova era da geoeconomia e colocam OMC em xeque, alertam especialistas
Desde a campanha eleitoral de 2024 e em seus primeiros atos no segundo mandato, Donald Trump vem reforçando uma de suas principais marcas políticas: o uso de tarifas comerciais como instrumento de poder. O movimento começou com México e Canadá, cujos produtos passaram a ser taxados em 25% logo no primeiro decreto do republicano.
Na sequência, países da Ásia, a União Europeia que fechou acordo para tarifas fixadas em 15% e, mais recentemente, o Brasil entraram na mira da política econômica de Washington.
Especialistas afirmam que as medidas de Trump revelam uma mudança estrutural nas relações internacionais, marcada pela ascensão da chamada geoeconomia. Nesse cenário, mecanismos econômicos, como tarifas, sanções financeiras e barreiras a investimentos, assumem papel de armas geopolíticas, substituindo em parte a mediação multilateral antes exercida pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Com a OMC enfraquecida e os países mais ricos agindo de forma unilateral, o Brasil desponta como um dos principais perdedores dessa nova ordem global. Exportador dependente de grandes mercados, o país enfrenta riscos crescentes de retração em suas vendas externas e perda de competitividade internacional.
Fonte: bbc.com