Megaoperação da Receita Federal e da Polícia Federal cumpre 32 mandados na região, apontada como central da lavagem de dinheiro em usinas de cana-de-açúcar, distribuidoras e postos de combustíveis
Em uma ação nacional que mobilizou aproximadamente 1,4 mil agentes nesta quinta-feira (28), a Receita Federal e a Polícia Federal para desarticular um complexo esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado pelo crime organizado. O cerne das investigações financeiras está concentrado na região de Ribeirão Preto (SP).
A força-tarefa cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados, mas foi na região de Ribeirão Preto que as operações se intensificaram para desvendar o núcleo financeiro do esquema. No total, foram atingidos 32 alvos na região, sendo 25 empresas e 7 pessoas físicas, distribuídos pelas cidades de Ribeirão Preto (16 empresas e 7 pessoas), Pontal (3 empresas) e Jardinópolis (6 empresas).
Entre os alvos estão uma usina, uma rede de postos de combustíveis e uma financeira, onde documentos e computadores foram apreendidos para análise.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso utilizava distribuidoras de combustível e postos para movimentar valores ilegais. O dinheiro, proveniente de crimes com evasão de tributos federais, era então direcionado para o núcleo financeiro sediado em Ribeirão Preto, onde o valor era “blindado” – termo usado para ocultar sua origem ilícita – por meio de aplicações em fundos de investimento, compra de imóveis e participações societárias em empresas. A movimentação financeira era facilitada pelo uso de fintechs, empresas de tecnologia financeira.
A Receita Federal em Ribeirão Preto destacou a importância da cidade para o esquema, o município foi um dos principais alvos da operação policial, na qual as buscas e apreensões ocorreram para clarear informações a respeito da movimentação financeira do grupo, sobretudo no que se diz respeito à origem e também à aplicação dos recursos.
A operação segue em andamento, e as investigações devem apurar a extensão total do prejuízo aos cofres públicos e a rede de lavagem de dinheiro montada pela organização criminosa.
G1 Ribeirão Preto