Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo atuam em Washington para pressionar governo Trump por medidas contra ministros do STF e aprovação de PEC no Congresso
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que o julgamento do ex-presidente, que começa nesta terça-feira (2), deve acelerar a adoção de novas sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras e, ao mesmo tempo, fortalecer a articulação por uma anistia no Congresso Nacional.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo viajam a Washington nesta quarta-feira (3) para acompanhar o processo à distância e intensificar a ofensiva junto ao governo Donald Trump. A avaliação passada a interlocutores americanos é de que a condenação de Bolsonaro é praticamente certa, e que esse cenário exigiria uma reação imediata de Washington.
Entre as medidas em análise pelo governo americano estão a ampliação da suspensão de vistos, a aplicação de sanções financeiras a novos alvos ligados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e até a revisão de exceções comerciais que aliviam tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. O Departamento do Tesouro também estuda incluir Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, no rol de sancionados pela Lei Magnitsky.
Eduardo Bolsonaro afirmou à Folha de S.Paulo que o julgamento comprova “a perseguição” contra seu pai, mas reforçou a aposta na anistia como saída política. Nos bastidores, a estratégia passa pela aprovação da chamada “PEC das prerrogativas” apelidada de “PEC anti-chantagem” pelos bolsonaristas. O texto muda regras do foro especial e dificulta investigações contra parlamentares, o que, segundo aliados, abriria caminho para uma anistia ampla.
A votação da proposta, prevista para a semana passada, foi adiada após divergências de partidos sobre o relatório do deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG). O texto trancava inquéritos em andamento e reforçava o poder do Congresso sobre processos e prisões de parlamentares.
Enquanto isso, nos EUA, a pressão para ampliar sanções contra Moraes e auxiliares ganha força. Caso aprovadas, as medidas poderiam bloquear bens e ativos em território americano, além de restringir transações financeiras internacionais, afetando até o uso de cartões de crédito emitidos por bandeiras globais.
Para os bolsonaristas, a conjugação entre a condenação no STF, a reação do governo Trump e a tramitação da PEC no Congresso pode redefinir o futuro político de Jair Bolsonaro e de seus aliados mais próximos.
Fonte: noticiasaominuto