Manifestações convocadas por apoiadores de Jair Bolsonaro reuniram multidões em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto atos organizados pela esquerda tiveram participação extremamente baixa
O 7 de Setembro de 2025 expôs a disparidade de forças nas ruas entre a direita bolsonarista e a esquerda. Dados do Monitor do debate político, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceria com a ONG More in Common, mostram que o ato bolsonarista na Avenida Paulista reuniu 42,2 mil pessoas, número quase cinco vezes maior que o registrado na principal manifestação organizada pela esquerda em São Paulo, que contou com 8,8 mil apoiadores.
Mais cedo, na Praia de Copacabana, no Rio, outro protesto pró-Bolsonaro também mobilizou até 42 mil manifestantes, consolidando o peso político da direita nas ruas. Os atos tiveram como pauta central a defesa da anistia ampla para o ex-presidente e aliados, além de críticas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Lideranças como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) discursaram, atacando o Supremo e pressionando o Congresso a aprovar a medida.

Na outra ponta, militantes convocados por partidos de esquerda e centrais sindicais se concentraram pela manhã na Praça da República, em São Paulo, ao lado de lideranças como Guilherme Boulos (PSOL), Érika Hilton (PSOL) e do ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT). O grupo, embora menor, reforçou o discurso contra Bolsonaro e em defesa da soberania nacional, ecoando a fala do presidente Lula (PT) contra o tarifaço imposto pelo governo Donald Trump. No Rio, ato semelhante levou de 3 a 4 mil pessoas às ruas do centro.

O contraste de números mostra que, apesar das derrotas judiciais e políticas recentes, o bolsonarismo segue mobilizando grandes massas, colocando-se como a principal força política de oposição nas ruas e mantendo pressão direta sobre o Congresso Nacional.
Fonte: Estadão, Folha de S.Paulo e O Globo