Acordo para acelerar votação da PEC da Imunidade coloca interesses corporativos acima da democracia e do povo brasileiro
Em um movimento que escancara o distanciamento entre os interesses da população e as prioridades de Brasília, parlamentares brasileiros firmaram um acordo com o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB), para acelerar a votação da chamada PEC da Imunidade, também conhecida como PEC da Blindagem ou das Prerrogativas.
A proposta, que já foi alvo de duras críticas em sua primeira versão, retorna ao debate como um mecanismo para ampliar a proteção dos deputados e senadores contra responsabilizações jurídicas, fortalecendo a velha lógica da impunidade no Congresso Nacional.
O projeto é vendido como um “aperfeiçoamento das prerrogativas parlamentares”, mas, na prática, abre caminho para blindar os políticos contra investigações e punições, criando uma casta de cidadãos acima da lei. Enquanto isso, milhares de brasileiros enfrentam diariamente a morosidade do Judiciário e a rigidez da lei penal sem qualquer privilégio.
A pressa em votar a PEC revela ainda a fragilidade ética do Congresso. Em meio a crises econômicas, sociais e institucionais, a cúpula política opta por investir energia em reforçar sua autoproteção, em vez de debater medidas que fortaleçam a transparência e a responsabilização.
Caso aprovada, a PEC da Imunidade não apenas enfraquece o combate à corrupção, mas também amplia a sensação de impunidade generalizada.
A mensagem transmitida é clara: enquanto o cidadão comum pode ser responsabilizado até pelos menores delitos, os políticos seguirão blindados, distantes das consequências de seus atos. O resultado é um país cada vez mais desigual perante a lei, onde a democracia se fragiliza e o poder político se desconecta do povo.
Fonte: Gazeta do Povo e Extra Classe