Mercado de brinquedos para maiores cresce no Brasil; psicólogos avaliam impactos emocionais e sociais desse retorno ao lúdico
No Brasil, um fenômeno chama atenção: adultos estão comprando brinquedos como nunca antes. O segmento, impulsionado por fatores como nostalgia, desejo de alívio de estresse e busca por reconexão com fases mais simples da vida, registrou crescimento nas vendas cerca de 6% em 2024.
Especialistas afirmam que esse movimento vai além da mercadoria: envolve emoções guardadas, memórias afetivas e uma tentativa de encontrar prazer no cotidiano marcado por pressão, tecnologia onipresente e responsabilidades diversas. Para alguns, brincar se transforma em uma válvula de escape; para outros, é também uma manifestação de que há uma “infantilização social”, debate que questiona até que ponto esse retorno ao mundo infantilizado pode afetar percepções de responsabilidade, produtividade ou relações interpessoais.
Em setores de brinquedos, colecionáveis, jogos de tabuleiro e eletrônicos, observa-se nova demanda: consumidores adultos dispostos a investir em peças nostálgicas, edições de colecionador e objetos de design que remetam à infância. A indústria tenta entender o perfil desse público não mais “criança”, mas alguém que quer brincar, se divertir, lembrar e traça estratégias de marketing que falem tanto ao eye candy emocional quanto à função terapêutica do lúdico.
À medida que esse “brinquedo para adultos” ganha espaço, surge também o debate: até que ponto esse retorno ao brincar é saudável, enriquecedor, ou está associado a evasão; e como equilibrar a necessidade humana de diversão com os desafios cotidianos. O fenômeno, no entanto, parece longe de ser passageiro.
Fonte: dw.com