A decisão de Roma e Madri abre um novo capítulo no impasse internacional sobre Gaza e poderá ampliar a pressão diplomática sobre Israel,
Itália e Espanha anunciaram o envio de navios militares para apoiar a Flotilha Global Sumud para Gaza (GSF), após embarcações civis do grupo terem sido alvo de ataques com drones no Mediterrâneo. A iniciativa, formada por cerca de 50 barcos com parlamentares, advogados e ativistas a bordo, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, busca romper o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária diretamente à população palestina.
Segundo o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, a medida visa proteger cidadãos italianos embarcados e não representa “um ato de guerra ou provocação”. A primeira fragata da Marinha italiana já havia partido na quarta-feira (24), poucas horas depois da denúncia do ataque com granadas de atordoamento e pó de coceira contra a flotilha em águas internacionais próximas à ilha grega de Gavdos. O ataque não deixou feridos, mas causou danos a algumas embarcações.
Na quinta-feira (25), a Itália propôs que os suprimentos fossem entregues no Chipre e distribuídos em Gaza pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, com apoio de Israel. A delegação italiana da flotilha rejeitou a sugestão, reafirmando que o objetivo é romper o bloqueio considerado ilegal e chegar diretamente a Gaza.
A Espanha também anunciou o envio de um navio de guerra, em uma ação coordenada e inédita de dois governos europeus diante da escalada de tensões com Israel, que se opõe fortemente à missão. Tentativas anteriores de romper o bloqueio já haviam sido interceptadas à força pelas Forças Armadas israelenses.
A decisão de Roma e Madri abre um novo capítulo no impasse internacional sobre Gaza e poderá ampliar a pressão diplomática sobre Israel, em um cenário já marcado por confrontos políticos e humanitários em torno do enclave palestino.
Fonte: CNN Brasil