O anúncio do plano de Paz patrocinado pelos EUA trouxe algum otimismo internacional diante da tragédia humanitária em Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou ontem, segunda-feira (29/09) um plano para encerrar a guerra em Gaza que, apesar de não ser perfeito, foi considerado por analistas um avanço significativo em relação às propostas anteriores do republicano.
O documento prevê o fim dos combates, a libertação de reféns israelenses e a anistia de membros do Hamas que aceitarem se desarmar, com a região sob gestão de tecnocratas e protegida por forças internacionais.
A guinada surpreende porque, poucos meses atrás, Trump havia defendido ao lado de Benjamin Netanyahu a expulsão em massa dos palestinos e a anexação de Gaza por Israel, com realocação da população para países vizinhos, proposta rejeitada por Egito e Jordânia. Agora, ele garante que ninguém será expulso e que o enclave não será anexado.
Pelo plano, os cerca de 20 reféns israelenses ainda vivos seriam libertados em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Forças estrangeiras treinariam policiais locais para garantir a segurança, e os EUA retomariam o papel de mediadores entre israelenses e palestinos.
Apesar do avanço, o projeto tem pontos nebulosos: Israel manteria uma zona-tampão dentro de Gaza, a retirada não seria imediata e não há definição sobre o papel da Autoridade Nacional Palestina. Além disso, o governo de Netanyahu, pressionado por sua base ultradireitista, corre o risco de colapso político caso seja visto como capitulando.
Ainda não está claro como o Hamas reagirá à proposta, mas especialistas veem no movimento um sinal de pragmatismo de Trump após negociações com líderes árabes. O anúncio trouxe algum otimismo internacional diante da tragédia humanitária em Gaza, classificada por uma comissão da ONU como genocídio, acusação rejeitada por Israel.
Fonte: O Globo