Com escassez de mão de obra em 57 das 100 principais profissões do varejo, empresas aumentam salários e benefícios para atrair candidatos; comércio eletrônico é o setor mais afetado.
A falta de trabalhadores no comércio brasileiro alcançou o maior nível dos últimos cinco anos, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O estudo revela que 57 das 100 principais ocupações do varejo enfrentam escassez de mão de obra um cenário que tem levado empresas a repensarem estratégias de contratação e a oferecerem mais benefícios para atrair profissionais.
Um exemplo dessa realidade é uma empresa de logística na Grande São Paulo que, com cerca de 1 milhão de pacotes processados diariamente, aposta na contratação de jovens para preencher 60 vagas em aberto.
Para lidar com a crescente dificuldade, empresas estão adotando medidas como aumento de salários e benefícios extras. Bruna Campos, gerente executiva de RH, relata que o problema se intensificou nos últimos quatro meses. “Estamos oferecendo vale-alimentação dobrado para quem não falta no mês, além de reajustes salariais. Ainda assim, está difícil encontrar profissionais”, diz.
O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, destaca que a valorização salarial é um reflexo direto da escassez: “Nos últimos 12 meses, o salário médio de admissão cresceu mais de 5% no Brasil. Em algumas profissões do comércio, esse aumento chegou perto dos 10%”, afirma.
Fonte: Jornal Nacional