Polícia Civi de SP apreende 902 kg de gelo saborizado de fábrica clandestina no interior de SP, mas omissão de dados essenciais pela polícia impede que população identifique o produto no mercado e tome os devidos cuidados.
Uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (2) desmantelou uma fábrica clandestina de gelo saborizado no bairro Santa Cruz, em Rio Claro, expondo um grave risco à saúde pública. No entanto, a decisão de não divulgar a identidade do homem preso, a marca do produto e o local exato da fábrica gera um alerta ainda maior: o consumidor fica impossibilitado de se proteger, e os empresários sérios do setor arcam com o prejuízo de uma desconfiança generalizada.
Foram apreendidos 902 kg do produto, equivalentes a 4.750 unidades de gelo saborizado, em um estabelecimento que funcionava sem qualquer controle sanitário, CNPJ ou autorização. A situação, já alarmante por si só, é agravada pela falta de transparência nas informações repassadas à população.
De acordo com o boletim de ocorrência, o local não tinha higiene, reutilizava garrafas e embalagens de forma irregular e ainda apresentava indícios de adulteração de bebidas alcoólicas. A Vigilância Sanitária interditou o local e determinou o descarte dos produtos, mas a omissão da marca específica do gelo saborizado apreendido significa que lotes contaminados podem, em tese, ainda estar circulando em bares, mercados e na casa de consumidores desavisados.
A Polícia Civil prendeu um homem no local, mas não divulgou seu nome ou sua função na operação clandestina. Essa decisão protege a identidade de um suspeito autuado em flagrante, mas prejudica a sociedade, que fica sem saber se se trata de um infrator reincidente ou se ele atua em outras fábricas ilegais.
Paralelamente, a marca do gelo saborizado apreendido foi mantida em sigilo. Sem essa informação crucial, o cidadão que tem o produto em casa não tem como verificar se está consumindo um item de origem duvidosa e perigosa para a saúde.
Esse vácuo de informação pune, em dobro, a cadeia produtiva formal. Empresas que investem em alvarás, inspeções sanitárias, qualidade da matéria-prima e segurança agora veem seu setor ser manchado por um caso grave, sem que o produto específico responsável pela má fama seja identificado. A desconfiança do consumidor, que é natural e esperada diante de uma notícia como essa, acaba recaindo sobre todo o mercado, prejudicando quem trabalha dentro da lei.
Especialistas em direito do consumidor alertam que a transparência em casos que envolvem saúde pública é fundamental. A população tem o direito de saber quais produtos evitar e a identidade de quem coloca a sua saúde em risco para que possa fazer escolhas conscientes e cobrar as autoridades de forma adequada.
Enquanto os dados essenciais forem omitidos, o perigo representado por essa fábrica clandestina permanece, invisível, à espreita na próxima bebida gelada.
Fontes: G1 São Carlos, Ribeirão Notícias, TV Vargem