Durante a Caminhada da Anistia, ex-primeira-dama exaltou Bolsonaro, atacou a esquerda e disse que a direita “não precisa de famosos para lotar as ruas”
Em um discurso marcado por críticas ao governo Lula (PT), defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoio declarado a Israel, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou nesta terça-feira (7), em Brasília, da Caminhada da Anistia, ato que reuniu apoiadores do ex-chefe do Executivo e parlamentares da oposição.
Logo no início de sua fala, Michelle atual presidente do PL Mulher conduziu uma oração e lembrou os dois anos do ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelense. Ela aproveitou a data para criticar a política externa do governo atual.
“O atual governo condena Israel e fica do lado de terroristas, que assassinam mulheres, gestantes e gays. Nós amamos Israel e não vamos desistir. Quem abençoar Israel será abençoado”, declarou, reforçando a posição ideológica da direita brasileira em relação ao conflito no Oriente Médio.
A ex-primeira-dama também fez referência às recentes manifestações organizadas pela esquerda, que contaram com a participação de artistas e personalidades da cultura.
“A gente não precisa trazer famoso para lotar as ruas, aqui é orgânico”, disse, em tom de provocação a nomes como Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Maria Gadú, que participaram de atos progressistas no mês anterior.
Michelle classificou o momento político atual como uma “humilhação” e afirmou que a luta dos conservadores vai além da defesa de Bolsonaro, sendo, segundo ela, uma reação contra um sistema injusto.
Outro ponto central do discurso foi a defesa da proposta de anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Michelle criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelas penas aplicadas aos condenados e questionou a legalidade das decisões.
“A dosimetria não é constitucional e não vai apagar o passado dessas pessoas”, disse, referindo-se às longas penas de prisão impostas a alguns participantes da invasão aos Três Poderes.
Ao final, a ex-primeira-dama voltou a reafirmar a inocência de Jair Bolsonaro em relação às acusações que enfrenta.
“Bolsonaro não cometeu nenhum crime e nem roubou velhinhos”, afirmou.
O ato faz parte de uma série de mobilizações promovidas pela oposição com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a votar a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, além de reforçar a imagem de Bolsonaro junto à sua base.
Fonte: diariodopoder