Com apoio do governo federal, mudança no crédito habitacional deve ampliar oferta de moradias, movimentar até R$ 20 bilhões e beneficiar principalmente a classe média
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (10/10), em cerimônia realizada em São Paulo, que voltará a financiar até 80% do valor de imóveis residenciais, por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC). A mudança, que revoga o limite anterior de 70%, promete aquecer o setor imobiliário e expandir o acesso à casa própria, especialmente para a classe média.
O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades), Geraldo Alckmin (vice-presidente e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), e os presidentes da Caixa, Carlos Vieira, e do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Com o retorno do financiamento de até 80%, o governo prevê a contratação de aproximadamente 80 mil novas unidades habitacionais até o final de 2026, o que deve representar uma injeção de ao menos R$ 20 bilhões na economia, conforme afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
A mudança foi viabilizada por ajustes nas regras de utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e na poupança, que permitiram à Caixa ampliar sua capacidade de financiamento. Carlos Vieira, presidente da instituição, destacou que a nova política foi desenhada para responder à demanda reprimida por crédito habitacional e ao mesmo tempo garantir sustentabilidade financeira ao banco.
O modelo adotado, o Sistema de Amortização Constante, prevê parcelas iniciais mais altas, que vão diminuindo ao longo do tempo, devido à queda progressiva dos juros sobre o saldo devedor. Essa estrutura oferece mais previsibilidade ao mutuário e tende a reduzir o custo total do financiamento.
Outra novidade apresentada pelo governo federal é a modernização da forma como os bancos captam recursos para crédito habitacional, no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o Planalto, a medida permitirá maior disponibilidade de recursos e deve beneficiar especialmente os contratos enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), voltado para famílias de renda média.
A expectativa do governo é de que o novo modelo contribua para impulsionar a construção civil, gerar empregos e fortalecer a economia, em um momento em que o país busca acelerar a retomada do crescimento sustentável.
Fonte: Metropoles