Durante as investigações Gaeco identificou indícios de desvios estimados em cerca de R$ 7,5 milhões ao longo de cinco anos, por superfaturamento, notas frias e outra irregularidades.
O ex-presidente da Apae de Bauru, Roberto Franceschetti Filho, foi condenado nesta sexta-feira (10/10) a vinte dois anos e seis meses de prisão pelo assassinato da ex-secretária da instituição, Cláudia Lobo. O julgamento, realizado em júri popular na cidade, encerrou um dos casos criminais mais chocantes da região nos últimos anos.
Franceschetti foi considerado culpado por homicídio qualificado por motivo torpe, dissimulação e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima — além de ocultação de cadáver e fraude processual. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, além do pagamento de multa.
O ex-funcionário do almoxarifado da Apae, Dilomar Batista, também foi condenado, por ocultação de cadáver e fraude processual. Ele recebeu pena de um ano e seis meses de prisão, convertida em prestação de serviços comunitários e multa.
Ambos foram ainda condenados ao pagamento de R$ 100 mil por danos morais à filha de Cláudia, Letícia Lobo, valor que será dividido entre os dois.
O assassinato ocorreu em agosto de 2024. Cláudia foi vista pela última vez no dia 6 daquele mês, ao sair da sede da Apae em um carro da instituição, informando que iria resolver questões de trabalho. O veículo foi encontrado no dia seguinte, abandonado no bairro Vila Dutra, com vestígios de sangue.
Imagens de câmeras de segurança mostraram Cláudia e Franceschetti juntos no carro momentos antes do crime. Segundo a investigação, foi nesse momento que o ex-presidente atirou contra ela. O corpo da vítima foi posteriormente ocultado com a ajuda de Dilomar Batista.
Franceschetti foi preso em 15 de agosto de 2024, apontado como o autor do homicídio. Já Dilomar respondeu ao processo em liberdade, tendo admitido em juízo sua participação na ocultação do corpo.
Paralelamente ao inquérito sobre a morte, o Setor Especializado de Combate à Corrupção (Seccold) abriu investigação financeira. Relatórios preliminares indicaram desvios estimados em cerca de R$ 7,5 milhões ao longo de cinco anos, por superfaturamento, notas frias, funcionários fantasmas, empréstimos fraudulentos e contas paralelas.
Em 3 de dezembro de 2024, a operação do Gaeco batizada de “APAE” cumpriu mandados em Bauru e cidades vizinhas, resultando em prisões temporárias, conduções coercitivas e apreensões de bens e documentos.
Em 11 de fevereiro de 2025 o STJ concedeu habeas corpus a quatro parentes de Cláudia que estavam presos preventivamente, substituindo as prisões por medidas cautelares. Em 6 de agosto de 2025, ao completar um ano, o caso seguia em investigação e já havia 13 réus indiciados nos processos sobre os desvios. As audiências de instrução sobre crimes financeiros estão previstas para 17 e 24 de outubro de 2025.
Fonte: 96 FM Bauru