Operação cumpre 20 mandados em oito cidades do Estado e mira quadrilha responsável por bebidas falsificadas; Estado de São Paulo lidera casos de intoxicação, com cinco mortes confirmadas.
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou na manhã desta terça-feira, 14 de outubro, a Operação Fonte do Veneno, que tem como alvo uma rede criminosa envolvida na adulteração e comercialização de bebidas alcoólicas com metanol substância altamente tóxica e potencialmente letal.
Coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), por meio da 1ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos da Divecar, a ação mobiliza cerca de 150 policiais civis. Ao todo, 20 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo, Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara.
O objetivo da operação é localizar e apreender bebidas adulteradas, maquinários utilizados na falsificação, rótulos, tampas, lacres, além de documentos e aparelhos celulares que possam ajudar na identificação e responsabilização dos envolvidos no esquema criminoso.
A delegada Leslie Caran Petrus, que coordena a operação, informou que as investigações começaram há cerca de dez dias, após a prisão em flagrante de um dos principais fornecedores de bebidas falsificadas do país. Segundo ela, o material falsificado tinha alto grau de sofisticação: “Ele vendia garrafas com rótulos, tampinhas intactas e lacres, praticamente impossível de identificar a falsificação”, afirmou. A partir dessa prisão, os investigadores chegaram aos receptadores do produto adulterado, que agora são alvos da operação.
A operação ocorre em meio a uma crescente preocupação sanitária nacional. O Ministério da Saúde confirmou nesta segunda-feira (13) 32 casos de intoxicação por metanol, com 181 ocorrências ainda em investigação. O número de casos suspeitos descartados chegou a 320. Até o momento, cinco mortes foram atribuídas ao consumo de bebidas adulteradas com a substância, todas em municípios do Estado de São Paulo três na capital, uma em São Bernardo do Campo e outra em Osasco.
São Paulo lidera o número de casos confirmados, com 23 notificações e 100 investigações em andamento, consolidando o Estado como epicentro da crise.
O metanol, um álcool industrial de uso restrito, é tóxico mesmo em pequenas quantidades. Seu consumo pode causar cegueira, insuficiência renal, parada respiratória e morte. A presença da substância em bebidas vendidas ilegalmente acende um alerta para os riscos do comércio clandestino de álcool.
A Polícia Civil informou que a investigação continua e que novas fases da operação podem ocorrer nos próximos dias, à medida que o esquema criminoso seja desmantelado.
Fonte: Band.com







