Polícia Civil e universidade afirmam investigar as acusações; docente nega irregularidades e alega ter sido vítima de ataques
Estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Franca, no interior de São Paulo, acusam o professor Gabriel Cepaluni, do curso de relações internacionais, de cometer assédios sexuais e agressões físicas e morais. As denúncias foram formalizadas tanto à Polícia Civil quanto à direção da faculdade, que afirmam apurar o caso com rigor.
De acordo com a estudante Gabrielle Nascimento, integrante do Centro Acadêmico de Relações Internacionais (Cari), os relatos mais recentes surgiram no início deste semestre, quando Cepaluni retornou às atividades após um período de afastamento. Segundo ela, as acusações envolvem comportamentos considerados abusivos dentro e fora da sala de aula.
“Recebemos diversos relatos de estudantes que se sentiram constrangidas com falas e atitudes de cunho sexual. Muitas deixaram de frequentar as aulas por medo e desconforto”, afirmou Gabrielle. O Centro Acadêmico reuniu 11 denúncias em um dossiê encaminhado à direção da universidade, com o objetivo de reforçar a gravidade das situações e solicitar providências.
Em resposta, a Unesp informou que está conduzindo a apuração dos casos com “máxima seriedade e responsabilidade”. A instituição destacou ainda que repudia qualquer forma de assédio e que medidas administrativas podem ser adotadas conforme o andamento das investigações.
A Polícia Civil também confirmou que realiza diligências complementares para esclarecer os fatos. Até o momento, não há detalhes sobre prazos ou eventuais indiciamentos.
O professor Gabriel Cepaluni, que atualmente está afastado das funções por motivos médicos, negou as acusações. Em nota enviada à imprensa, ele afirmou que as denúncias são “falsas e distorcidas” e disse ter sido alvo de agressões físicas e morais. O escritório de advocacia que o representa foi procurado, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.
A repercussão do caso motivou uma manifestação no campus de Franca no dia 2 de setembro, organizada por estudantes em protesto contra o assédio e em defesa de medidas mais rigorosas da universidade. O ato terminou em confusão e intensificou o debate sobre a segurança e o acolhimento de vítimas de violência dentro do ambiente acadêmico.
Fonte: g1.com
