Varejista online é alvo de investigação por comercializar produtos considerados pedopornográficos e não adotar filtros de idade para proteger menores
O governo francês anunciou nesta segunda-feira (03/11) que poderá banir a Shein do país após denúncias de que a varejista online comercializa bonecas sexuais com aparência de crianças. A decisão surge após a Direção-Geral da Concorrência, Proteção do Consumidor e Controle de Fraudes identificar os produtos no site e encaminhar o caso ao Ministério Público.
O ministro da Economia, Roland Lescure, afirmou que a situação ultrapassou os limites aceitáveis e que o governo tem respaldo legal para bloquear o acesso à plataforma caso práticas semelhantes continuem. “Em casos envolvendo terrorismo, tráfico de drogas ou pornografia infantil, podemos impedir que o site opere na França”, disse.
A legislação francesa prevê que conteúdos ilegais devem ser retirados das plataformas em até 24 horas. Se a empresa não cumprir, provedores de internet e mecanismos de busca devem remover o site dos resultados de pesquisa. A distribuição de pornografia infantil por meios eletrônicos pode levar a até sete anos de prisão e multa de 100 mil euros.
Além das bonecas com aparência infantil, a Shein também comercializa produtos pornográficos voltados a adultos, sem filtros que impeçam o acesso de menores. O órgão regulador notificou formalmente a empresa para que tome medidas corretivas imediatas.
Uma comissão parlamentar francesa anunciou que irá convocar representantes da Shein para prestar esclarecimentos. Antoine Vermorel-Marques, relator da comissão, afirmou que nenhuma empresa está acima da lei e que a Shein precisa justificar a venda dos produtos.
Fundada na China em 2012 e atualmente sediada em Singapura, a Shein se tornou líder mundial em fast fashion, com entregas para 150 países. A polêmica ocorre pouco antes da abertura da primeira loja física da marca em Paris, dentro da loja de departamentos BHV Marais. Uma petição online contra a inauguração já reuniu mais de 100 mil assinaturas.
Frederic Merlin, presidente da Sociedade das Grandes Lojas, garantiu que nenhum produto do marketplace internacional da Shein será vendido na loja física. A ONG Mouv’Enfants também protestou contra a marca, afirmando que a comercialização dessas bonecas mantém a empresa cúmplice de crimes sexuais contra crianças.
Fonte: dw.com







