Inicialmente anunciada como ação para prender líderes da facção, agora após não prender nenhum líder, afirma que objetivo era “mapear e asfixiar” a organização criminosa.
A operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na semana passada, ganhou uma nova versão oficial do governo do Rio de Janeiro. Após não conseguir prender ou eliminar nenhum dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) na região, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESEP-RJ) alterou publicamente o objetivo declarado da ação.
No início da operação, o governador Cláudio Castro e sua equipe defenderam a investida como um ataque direto ao comando da facção. O discurso era de que as forças de segurança entrariam nos complexos do Alemão e da Penha para desarticular e prender cúpula do tráfico.
No entanto, o saldo de 121 mortos, a maioria deles identificada como suspeitos, e a ausência de qualquer líder de relevância preso ou morto, expuseram uma disparidade entre a retórica inicial e os resultados concretos.
A mudança de versão – em entrevista, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, um dos principais responsáveis pela operação, apresentou uma nova narrativa. Ele afirmou que o foco da polícia “nunca foi prender os líderes do Comando Vermelho na área”.
De acordo com Santos, o objetivo central da ação era o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão contra integrantes da organização. A nova justificativa é que a operação visava “mapear e asfixiar” a estrutura logística e financeira do grupo criminoso, minando sua atuação a longo prazo.
Questionamentos – a mudança no discurso oficial foi recebida com críticas, pois a revisão da narrativa é uma estratégia para tentar aliviar a pressão política e midiática sobre a falta de um resultado positivo palpável que justificasse a operação.
A população fica com a sensação de que vidas de policiais foram perdidas em vão, sem uma estratégia clara e transparente
Fonte: Valor Econômico







