Defesa sustentou legítima defesa; policial já havia sido reintegrado provisoriamente à corporação após decisão do Tribunal de Justiça
O policial militar Henrique Velozo foi absolvido, na noite desta sexta-feira (14), em júri popular realizado em São Paulo. Acusado de matar, em agosto de 2022, o multicampeão de jiu-jitsu Leandro Lo — considerado um dos maiores atletas da história da modalidade — Velozo enfrentou três dias de julgamento antes do veredito. Lo foi morto com um tiro durante um evento na capital paulista, episódio que gerou forte comoção no universo das artes marciais. Por telefone, o advogado do policial, Cláudio Dalledone, afirmou que os jurados reconheceram que seu cliente agiu em “legítima defesa”.
A absolvição ocorre em meio a uma disputa jurídica paralela envolvendo a permanência de Velozo na Polícia Militar. Em outubro, a Justiça de São Paulo havia suspendido integralmente o decreto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que determinava a demissão do tenente. A decisão liminar, assinada pelo desembargador Ricardo Dip, ordenou a reintegração do policial aos quadros da corporação e o restabelecimento do pagamento de seus vencimentos até o trânsito em julgado — quando o caso chega a uma decisão definitiva, sem possibilidade de recursos.
Com a liminar, Velozo voltou a ter sua condição funcional reconhecida, embora permanecesse sob custódia no Presídio Militar Romão Gomes enquanto aguardava o desfecho do processo. Para o advogado Dalledone, a determinação judicial representou “o restabelecimento do equilíbrio jurídico”, ao impedir que o tenente sofresse consequências administrativas antes de ser julgado. “Desde o início, alertamos que a demissão representava uma punição antecipada e sem respaldo legal. Ninguém pode ser punido antes do julgamento”, afirmou.
A absolvição no júri encerra uma das etapas mais sensíveis do caso, que seguiu sob forte atenção pública desde a morte de Leandro Lo, ícone do esporte e referência internacional no jiu-jitsu.
Fonte: Jovem Pan







