“Tal parcela da direita não só se refestela, ainda que de forma velada, no silêncio forçado de Bolsonaro, como, ouso a dizer, também sambaria na onda de seu eventual falecimento,” afirma Adrilles.
O Vereador Adrilles Jorge (Câmara Municipal de São Paulo), utilizou um comunicado recente para disparar contra o que ele define como uma parcela da direita, especialmente o Centrão, de estar mais preocupada com suas projeções eleitorais de 2026 do que com a defesa de pautas e figuras centrais do movimento.
Em um texto de forte teor e linguagem incisiva, Adrilles Jorge acusa essa ala da direita de planejar suas candidaturas “sem o menor pudor”, dedicando-se exclusivamente a “fazer campanha para projetar suas carreiras políticas e buscar votos no próximo ano”, esquecendo de Jair Bolsonaro, que foi o grande indutor de votos desses líderes em todo Brasil, em especial em SP.
O vereador paulistano não poupa palavras ao descrever o comportamento desses líderes em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em uma posição de silêncio forçado e sob pressão política.
“Tal parcela da direita não só se refestela, ainda que de forma velada, no silêncio forçado de Bolsonaro, como, ouso a dizer, também sambaria na onda de seu eventual falecimento,” afirma Adrilles.
Para o parlamentar, a manifestação de luto por parte desses políticos seria puramente eleitoreira. Eles “chorariam, em palanque, pelo então mártir, apenas durante discursos eleitoreiros,” sem terem, de fato, agido em prol do ex-presidente enquanto ele está politicamente ativo.
Segundo Adrilles Jorge, a inação é uma escolha consciente: “Prefere ficar na inanição, pendurada em seus umbigos narcísicos e nas benesses inerentes de quem opta em ficar em cima do muro, no melhor estilo ‘centrão’ de ser.”
Crítica ao “Absolutismo” – o vereador sugere que, se houvesse uma intenção verdadeira de lutar por Bolsonaro e pelas bandeiras que ele representa, a ação deveria ser imediata e radical.
“Bastaria, caso tivesse alguma intenção verdadeira de lutar, mesmo, por Bolsonaro, conclamar multidões às ruas pelo impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF,” desafia Adrilles, referindo-se ao ministro como um “sancionado internacional por violação de direitos humanos” e que impõe uma “ditadura togada no Brasil”.
Em um apelo dramático por lealdade e coragem, o vereador cobra governadores, senadores e líderes partidários que se declaram leais a Bolsonaro. Para ele, o lugar deles, neste momento, deveria ser na Praça dos Três Poderes, em Brasília, “berrando pela condenação mundial do absolutismo que prende e tortura não somente o ex-presidente da República, mas também milhares de inocentes.”
Traição – Adrilles Jorge encerra a crítica com um lamento amargo sobre o isolamento do ex-presidente. Ele afirma que Bolsonaro “se afunda na confiança daqueles que elegeu, por meio de suas bençãos e capital político, e que, agora, insensíveis, lhe viram as costas”.
O vereador reitera sua conclusão mais dura: “Reitero: estes nada fazem, porque não querem. Preferem ver Bolsonaro no cadafalso se deteriorando lentamente.”
Fonte: Gazeta do Povo







