Pressão de parlamentares de esquerda altera clima do plenário e reverte tendência inicial pela perda de mandato
O deputado federal Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, escapou da cassação na Câmara dos Deputados após uma sessão marcada por tensão e mudanças de posição ao longo da votação. Em vez da perda definitiva do mandato, o plenário aprovou uma suspensão por seis meses.
Durante boa parte do debate, a cassação parecia o desfecho mais provável. A situação começou a mudar quando deputados da esquerda articularam com parlamentares de diferentes bancadas e conseguiram apoio para uma alternativa considerada mais branda. A proposta de suspensão só avançou porque dependia de maioria simples, ao contrário da cassação, que exigia 257 votos.
Antes da decisão final, os deputados analisaram destaques e emendas ao parecer, incluindo a sugestão de substituir a cassação pela suspensão. A votação dessa mudança foi apertada, com 226 votos favoráveis e 220 contrários. O resultado acendeu um alerta entre oposicionistas, que passaram a temer que Glauber pudesse sair sem punição alguma. A partir desse momento, parte dos parlamentares contrários ao deputado passou a apoiar a suspensão, movimento facilitado pelo fato de algumas bancadas do centrão terem liberado seus membros para votar de forma independente.
Com o cenário já alterado, o plenário aprovou a suspensão por 318 votos a favor, 141 contrários e três abstenções.
A votação estava marcada originalmente para a terça-feira, dia 9, mas foi adiada depois que Glauber Braga ocupou a cadeira da Presidência da Câmara. Ele acabou retirado à força do local por agentes da Polícia Legislativa por ordem do presidente da Casa, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba.
Fonte: infomoney.com.br







