Investigação do MPSP aponta que armamento adquirido legalmente teria abastecido disputa entre CV e PCC no interior paulista
Documentos do Ministério Público de São Paulo indicam que o ex-fiscal da Prefeitura de Rio Claro, Márcio José Gomes, conhecido como Alemão, teria utilizado o registro de Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador (CAC) para comprar armas de forma regular e, posteriormente, desviá-las ao Comando Vermelho. A apuração aponta que o esquema teria ocorrido em meio à disputa da facção fluminense com o Primeiro Comando da Capital na região.
Segundo relatórios do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), obtidos pelo Metrópoles, Márcio possuía autorização formal para adquirir armas como CAC, mas teria se valido dessa condição para integrar a logística da facção criminosa do Rio de Janeiro em conflito com o PCC no interior paulista.
As investigações descrevem que as armas eram compradas legalmente e registradas em nome do ex-fiscal. Em seguida, parte do armamento teria sido desviada para o crime organizado. Para justificar a ausência dos itens, a estratégia incluía a comunicação de furtos simulados. Algumas armas de grosso calibre declaradas como subtraídas levantaram, conforme a denúncia, diversos questionamentos dos investigadores.
O padrão identificado, ainda sob sigilo, aponta um ciclo de aquisição legal, registro de furto e reaproveitamento do armamento em ações criminosas, o que teria contribuído para o aumento da violência na disputa entre facções rivais na região.
Márcio José Gomes morreu na manhã da última quinta-feira (11), durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência, em uma ação do Gaeco com apoio da Polícia Militar. A ocorrência foi registrada como uma suposta troca de tiros.
Fonte: Metrópoles SP







