No último dia 18 de fevereiro entrou em vigor uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a venda de medicamentos que não necessitam de prescrição médica nas gôndolas das farmácias. O objetivo, segundo a Anvisa, é coibir a automedicação, já que os medicamentos passariam a ser vendidos atrás do balcão depois de uma orientação do farmacêutico ou balconista.
No mesmo dia em que a resolução passou a vigorar, porém, cerca de 60 mil drogarias conseguiram uma liminar liberando a venda nas prateleiras. Entre elas estão as grandes redes de farmácias, que têm filiais em Porto Ferreira.
Segundo Renato Pissinati, farmacêutico responsável por uma dessas filiais, a medida não deve mudar o hábito do brasileiro. “As pessoas vão continuar se automedicando mesmo tendo que comprar do balcão”, diz.
A opinião parece ser consenso, mesmo nas drogarias menores. Um farmacêutico que não quis se identificar disse que nunca vendeu esses medicamentos nas gôndolas e nem por isso a procura por eles é pequena. “Se não acham nas prateleiras o remédio que estão acostumadas a tomar, as pessoas pedem no balcão mesmo sem orientação”, conta o profissional.
“A Anvisa deveria se preocupar com medicamentos roubados, falsificados, ao invés de tomar essas medidas que não vão resolver nada”, completa Pissinati.