Nos últimos anos temos presenciado a grande quantidade de vegetação que cobre as lagoas que estão próximas ao Rio Mogi-Guaçú.
As plantas aquáticas são muito utilizadas em lagoas de purificação de efluentes, dada sua grande capacidade de absorção de nutrientes, e até metais pesados. Quando estabelecidas em ambiente favorável à sua proliferação, sem manejo, essas plantas se comportam como invasoras, promovendo a degradação ambiental.
A invasão biológica é a segunda causa da perda da biodiversidade, a primeira é a destruição do habitat natural.
O biólogo Ernesto Pedro Dickfeldt, observador da ocorrência, como muitos que convivem próximos as lagoas, disse que: “entre as plantas aquáticas, uma espécie exótica se destaca entre as demais, devido sua enorme capacidade de proliferação; por pertencer ao grupo das pteridófitas, o mesmo das samambaias, a Salvinia sp. tem a característica de se reproduzir por esporos, que são lançados em grande quantidade, colonizando rapidamente o ambiente”.
A falta de renovação de água na lagoa agrava ainda mais a situação. Com o passar do tempo, a biomassa presente na água aumenta e impede a entrada da luz solar no meio aquático. A decomposição que ocorre posteriormente acidifica e retira o oxigênio dissolvido na água, prejudicando os demais organismos aquáticos.
“Segundo pesquisa recente, 62 espécies de peixes foram encontradas em um trecho da bacia do Rio Mogi-Guaçu, entre elas, estão as espécies migradoras, muito exigentes em oxigênio dissolvido na água. Essas espécies desovam na calha principal e posteriormente ovos e alevinos são levados para as lagoas, que são consideradas verdadeiros berçários, por fornecerem abrigo e alimento aos alevinos”, disse o biólogo.
A problemática vai além da conservação da biodiversidade. Em projeto urbano, como o do Parque Linear dos Grandes Lagos de Porto Ferreira, a beleza dos lagos também pode ficar comprometida, caso a superfície do lago seja coberta pela vegetação invasora, mencionando como exemplo lagoa localizada no final da Av. Francisco Peripato, do lado esquerdo, hoje praticamente toda coberta por plantas aquáticas.
Ressaltou que o projeto do referido Parque e as áreas do entorno, devem ter adaptações que permitam, caso seja necessário, as futuras ações de manejo como estratégia para controle da expansão da vegetação aquática.