Em 1920 foi realizada uma cerimônia religiosa na Igreja Matriz de São Sebastião – Porto Ferreira-SP, casavam-se os nubentes Benedicto Tangerino e Benedita Reginaldo, que após seguiram para a pensão na Rua São Sebastião, onde foi servido um baita de um “armoção”, tudo feito no fogão de lenha, aliás, nessa época não existia fogão a gás.
Enquanto almoçavam era tal de “cumpadre pra cá, cumpadre pra lá”, conversa de caboclo. Todos satisfeitos com o belo almoço, já estavam pensando no baile, diziam que era arrasta-pé, encerrando assim a festa dos noivos, isso lá no bairro rural da Fazendinha, 8 km distante da Igreja Matriz de São Sebastião.
Quem tinha condução, tipo charretinha, carroça, carro-de-boi, ou um velho caminhão seguiu na frente, outros mais foram andando a pé, mesmo sendo 8 k de caminhada pela estrada vicinal Marcolino Reducino, nome atual da rodovia que liga a zona rural de Porto Ferreira com Descalvado – SP.
Outro grupo de parentes, amigos e convidados seguiam a pé pela estrada e em dado momento o Zeca Bem se embrenha pela mata adentro. Alguém comentou, será que o “cumpadre Zeca Bem está com dor de barriga…”
Nada disso, o espírito de porco, o Zeca Bem cortou um galho de arvore, que colocou por entre as pernas e saiu na frente do grupo, como se estivesse galopando num cavalo, fazendo aquele poeirão. Alguém comentou esse Zeca Bem é virado a breca, não toma jeito, vai ser brincalhão assim lá em Santa Eudóxia, Babilônia, Salto do Pântano etc., todos caíram numa bela gargalhada.
Conversando com o Thomaz cunhado do “Dito Tangerino” sobre esse fato, ele acrescentou algo que eu não sabia. Segundo o Thomaz, essa história de cortar um galho de árvore e sair galopando pela estrada vicinal era para evitar um possível ataque de onças “jaguatirica”, na época tinha muito por essa região. Esse era o motivo do “Zeca Bem” sair galopando com um galho de árvore pela estrada vicinal Marcolino Reducino. O sitio do Maneco Tangerino atualmente é o pesque pague do Thomaz.
Fonte: Tangerynus
