Corrupção no erário público, a certeza de impunidade é sua grande aliada

A política sempre se alimentou do dinheiro da corrupção e ao mesmo tempo alimenta esta. Muitos agentes públicos ficaram “ricos” durante seus respectivos mandatos políticos. Não todos. Alguns foram íntegros.

Hoje, além do enriquecimento que muitos buscam na política, temos ainda as campanhas eleitorais, as quais são cada vez mais caras, e os candidatos não dispõem de recursos para financiá-las, e os interesses privados (corruptores) são vorazes ao orçamento público (dinheiro das obras, serviços, peças, equipamentos e outros adquiridos pelos “governos”).

Arma-se, assim, a maracutaia. O candidato promete, por baixo dos panos, facilitar negócios para os seus financiadores de campanha, ou os empresários oferecem “ajuda” de campanha em troca de dinheiro e favores públicos depois. Com isso, como por encanto, aparecem os recursos de campanha.

Os políticos depois de eleitos aprovam concorrências com licitações viciadas, obras não são feitas de acordos com os projetos (qualidade, quantidade e especificações) e mesmo assim são pagas integralmente, mercadorias não são entregues na quantidade “comprada e paga”, serviços não são executados e são pagos, privilégios ilícitos e imorais na folha de pagamento; desvios de dinheiro público na maior cara dura, pois acreditam na impunidade, além disso, têm certeza da fraqueza e da falta de competência das investigações, com isso dão sinal verde a projetos “viciados pela corrupção” e embolsam o seu quinhão, ou melhor, o milhão.

Para uma empresa que se propõe a fazer uma obra no valor de R$ 5 milhões – e na qual, de fato, não gastará mais de 4, sobretudo em tempos de terceirização – é excelente negócio embolsar 4 e ainda repassar 1 ao agente político que facilitou a negociata.

Têm histórias e estórias sobre políticos e parentes que se enriqueceram à base de propinas vindas do erário público. Alguns destes são “denunciados” pelos próprios parentes e aliados; devido à ingratidão, ciúmes, vingança, soberba e a ostentação.

A sociedade não deve esperar a “honestidade” dos agentes públicos (políticos, servidores e usuários), mas sim criar mecanismos para forçá-los a ser honestos, instituir poderes para punição e devolução do dinheiro público adquirido de forma ilícita. As instituições devem ser suficientemente fortes, as investigações rigorosas e as punições severas. A impunidade faz o bandido.

Texto feito a partir de “Corrupção: endemia política” de Frei Betto, Correio do Brasil em 28 de agosto de 2011

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