De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a facção criminosa PCC possui ramificações em 123 das 645 cidades do Estado e tem nas ruas um total de 1.343 bandidos. Em Leme, seriam três integrantes da organização que contribuíam com mensalidades de R$ 600 pelo menos até o final de 2011. O jornal da capital teve acesso aos documentos apreendidos por operações policiais.
Em cidades vizinhas a Leme, pelo menos 26 pessoas ligadas à facção estariam em liberdade, sendo 10 em Limeira, 10 em Rio Claro e 3 em Araras. Em dados publicados na Folha, um mapa aponta a quantidade de criminosos em cada um dos 123 municípios. Campinas aparece como a 3ª com mais integrantes do PCC no Estado, sendo 45 indivíduos. A região toda tem 230 membros, atrás apenas da Capital, com 689 integrantes.
A facção, que está espalhada por todas as regiões do Estado, é hoje a principal suspeita de cometer uma série de ataques contra as forças policiais do Estado. Desde o começo do ano, 73 pms foram assassinados.
Ainda de acordo com a reportagem do jornal, conforme a vasta documentação que está em um banco de dados do Ministério Público, cada um dos 1.343 criminosos é obrigado a pagar à organização uma mensalidade de R$ 600, o que dá uma renda mínima de R$ 805 mil para o PCC. Em troca da mensalidade, o criminoso obtém benefícios no caso de ser preso (advogado, ajuda financeira para a família) e o direito de se identificar entre criminosos como integrante do PCC.
“A organização conta ainda com o lucro obtido com a venda de drogas, cigarros contrabandeados para os presídios e assaltos. Segundo é possível aferir nos documentos, o PCC arrecada por mês cerca de R$ 6 milhões”, diz a reportagem assinada Regério Pagnan, Afonso Benites e Josmar Jozino.
Os arquivos, elaborados pelos próprios bandidos, foram apreendidos em três grandes operações policiais e já embasaram o Ministério Público em duas denúncias judiciais, bem como a polícia na desarticulação da facção.
Dados são armazenados como prestação de contas da facção
Conforme explicou a reportagem da Folha de S. Paulo, os arquivos apreendidos eram destinados aos chefes da organização como uma forma de prestar contas. Os documentos são salvos em pen drives ou chips de celular e entregues semanalmente por motoboys nas principais prisões do Estado, onde entram clandestinamente.
Nos arquivos constam ainda informações sobre parte do patrimônio do grupo: 13 imóveis, 88 fuzis, 63 pistolas, 11 revólveres, oito dinamites, 67 carros (sendo três blindados), sete motos e um caminhão. Nessa relação não estão os bens dos bandidos, como armas e carros pessoais.
Presença de criminosos do PCC na região:
CIDADE – Nº DE BANDIDOS
Araras – 2 a 5
Rio Claro – 6 a 10
Leme – 2 a 5
Pirassununga – 0
Porto Ferreira – 2 a 5
Limeira – 6 a 10
Americana – 11 a 20
Piracicaba – 6 a 10
Iracemápolis – 1
Campinas – 45
Conchal – 2 a 5
Fonte: documentos apreendidos pelas polícias Civil e Militar em 3 regiões do estado.
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