Encontro de Turismo Rural discutiu diversos aspectos da atividade

Com a temática “Vitrines Rurais”, a terceira edição do Encontro Paulista de Turismo Rural aconteceu no dia 29 de dezembro de 2012, entre 9 e 18 horas, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IF), em São Roque, cidade do interior paulista.

O evento foi organizado pela Associação Paulista de Turismo Rural (ABRATURR-SP) e contou com o apoio da ABRATURR-Nacional, Atibaia e Região Convention & Visitors Bureau, Fórum Regional de Turismo de Ituporanga, Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural (Idestur), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Secretaria de Turismo de São Roque, Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e Sorocaba e Região Convention & Visitors Bureau.

O encontro foi iniciado com a palestra da pesquisadora Geni Saiko sobre o enoturismo no Japão. O país produz anualmente cerca de 80 milhões de litros de vinho, por meio de mais de 110 vinícolas, com especial atenção à cidade de Yamanashi, que conta com 80 vinícolas e responde pela produção de 30 milhões de litros/ano. Comparativamente, a palestrante revelou que a região Leste de São Paulo conta com 138 vinícolas, porém produz apenas 20 milhões de litros/ano. “Temos e podemos crescer muito”, disse Saiko.

Segundo a palestrante, a preferência pela bebida no Japão não para de crescer, embora o saquê ainda seja preferência de muitos japoneses. “Em metrópoles como Tokio, a preferência por vinhos é superior e crescente se comparada a cidades menos urbanas e tradicionais, onde o saquê ainda é a bebida mais consumida”, disse Geni.

Em seguida, com o tema “Educação como estratégia de negócios”, o palestrante Mariano Villarini, pesquisador da Universidade de Buenos Aires (UBA), apresentou um panorama da Argentina a partir da situação atual que vive o turismo rural no destino e suas principais atrações.

Os países da América do Sul mostram-se regiões pertinentes para o desenvolvimento do turismo rural, sobretudo a Argentina, com o aumento do setor turístico nestas regiões. O campo oferece espaços abertos, paisagens belíssimas, recursos naturais, cultura e rica gastronomia aos visitantes.

“O turismo rural sustenta os programas de desenvolvimento, valoriza os recursos naturais, diversifica a produção, posiciona produtos e cria marcas, além de oferecer espaço especial de emprego aos jovens e mulheres”, explicou Villarini durante sua apresentação.

Outro aspecto curioso do setor no país está na iniciativa das escolas locais em oferecer uma forma de aprendizado voltada ao turismo e direcionada às crianças, as quais têm a oportunidade de presenciar as características próprias das áreas rurais.

Já no período da tarde, foi exibido o painel de divulgação de destinos localizados na cidade de São Paulo e que possuem o turismo rural como referência.

As regiões das Águas Paulistas (Socorro), Café com Leite (Mococa), Circuito das Frutas (Jundiaí), centro-oeste e noroeste paulista (Agudos), Entre Serras e Águas (Joanópolis), litoral paulista (Norte, Centro e Sul), oeste paulista (Presidente Prudente); Ribeirão Preto; sudoeste paulista (Sorocaba); Vale do Paraíba (Taubaté) e Vale do Ribeira (Itaberá) foram descritas por seus respectivos representantes a partir das opções turísticas disponíveis aos visitantes.

Os trabalhos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo continuaram com a palestra “Turismo Rural e a Copa de 2014”, ministrada por Bruno Omori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP). O executivo iniciou sua exposição apresentando alguns números do setor de hospedagem nacional, que aponta para a realização de, por exemplo, de mais de 47 mil hospedagens/dia na capital de São Paulo, mais de 140 mil em todo o Estado e mais de 290 milhões em todo o Brasil, o que reitera a força do setor hoteleiro nacional e as grandes oportunidades aos atores do trade turístico, o que inclui os agentes que operam nas áreas rurais.

O palestrante acrescentou ainda que o turismo rural poderá servir-se de um público altamente exigente e que busca por experiências diferenciadas durante a estada no Brasil no período da Copa do Mundo ou até mesmo de outros eventos, como os Jogos Olímpicos de 2016 e o Expo Mundial, em 2020. “O Brasil é a sexta economia do mundo e, dia após dia, consolida-se como um país respeitado e desejado. Somos 190 milhões e, deste montante, mais de 45 milhões são novos consumidores, das classes C, D e E, que passam a fazer uso de produtos e serviços impensados até pouco tempo atrás, como transporte aéreo. Além disso, em relação ao público AAA, que prima pelo luxo, são 1 mil novos todos os anos no Brasil, prontos para serem atendidos por aqueles que estiverem preparados”, completou Bruno.

Omori exaltou também a criação da Câmara Temática da Copa de 2014, criada em 2007 e que conta com o apoio das principais entidades do Brasil. Segundo ele, o maior objetivo da criação do grupo foi possibilitar e facilitar o diálogo entre a FIFA, o Governo e a iniciativa privada. “Afinal, os torcedores de mais de 300 países em todo o mundo que vierem ao Brasil utilizarão serviços particulares amplamente, tais como hotéis, restaurantes e taxis; os empresários precisam participar!”, reiterou Bruno.

O presidente da ABIH-SP finalizou lembrando que a Copa do Mundo é o maior evento midiático do planeta, razão pela qual o destino que o recebe pode e deve utilizar esta oportunidade para promover sua oferta de atrações turísticas, bem como as opções rurais, incrementando pacotes tradicionais ou, ainda, sendo ofertado individualmente. “Serão mais de 25 bilhões de pessoas que olharão para o Brasil somente pela TV. E se considerarmos então demais meios de comunicação, como a internet, jornais e revistas, chegaremos a um número ‘assustador’ e positivo de oportunidades, disse.

Finalmente, a 3ª edição do Encontro Paulista de Turismo Rural contou com a apresentação “O Turismo rural como objeto de estudo das pesquisas acadêmicas: a realidade brasileira”, da professora Dra. Karina Toledo Solha. A exposição da pesquisadora, que é Mestre e Doutora em Ciências da Comunicação, Turismo e Lazer pela Universidade de São Paulo (USP), foi resultado dos estudos que realizou a respeito do segmento, publicados neste ano, com o objetivo de avaliar a oferta de bibliografia e o nível de profissionalismo com que este mercado atua, entre outros.

A profissional acreditava que, antes mesmo que se pensasse em políticas norteadoras para o desenvolvimento do setor, seria necessário compreender qual a importância do turismo rural na vida das pessoas. “A atividade precisa ser aplicável e desejada”, destacou. Além disso, Karina acreditava na importância desta vertente do turismo como forma de oferecer novas possibilidades àqueles que desejam empreender nas áreas rurais. “Com informação a respeito, os atores podem atuar de maneira mais profissional e sustentável”, afirmou.

Segundo ela, “o turismo rural, de 1984 ao ano 2000, deu seus primeiros passos; foi o momento das primeiras iniciativas à necessidade de qualificação dos produtos e serviços. Já a partir de 2001 até 2005, o estágio vivido por este mercado partiu da solução de problemas à organização do segmento. E, finalmente, de 2006 aos dias atuais, o mercado e seus atores se deparam com a necessidade de ordenamento à competitividade”.

Karina finalizou exaltando que a área superou muitas dificuldade de implementação até hoje, avançou na busca de soluções para os problemas enfrentados na sua consolidação e, neste momento, preocupa-se com as transformações decorrentes do seu desenvolvimento e também vislumbra se tornar um segmento competitivo dentro da atividade turística nacional.

Segundo Eva Maria Guidi Pinotti, presidente da Associação de Turismo Rural de Ribeirão Preto e Região (ATURP), que participou do evento, o encontro facilitou a integração entre alguns dos principais profissionais da área de turismo rural. “Somente através da união das empresas, entidades e demais agentes interessados pelo segmento, por meio de eventos como este, que poderemos ser mais fortes. Os contatos garantidos pela participação no evento oferecem aprendizado determinante ao desenvolvimento do setor”.

Fonte: Bruno Reis com colaboração de Regina Buzo

Foto: Acervo do Site – Divulgação

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