Caso Maiara: Justiça determina que polícia de São Carlos conclua caso

Na tarde da última quinta-feira (6), após analisar o pedido do Ministério Público, o juiz Fábio Evangelista de Moura, titular da 2ª Vara Criminal da cidade de Leme, determinou que o inquérito policial nº 23/2013, que apura a morte da doméstica Maiara Cristina de Oliveira, 25, que na manhã do dia 3 de janeiro foi levada da região norte de São Carlos para a área rural de Leme, onde teve seu corpo desovado no início da noite com três tiros nas costas, em uma plantação de milho e cana da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, localizada nas proximidades da estrada municipal José de Souza Queiróz Filho em Leme.

A violência contra a garota que residia com familiares no conjunto popular João Tavoni, no sub-distrito de Santa Eudóxia, em São Carlos, teria se iniciado no final do ano de 2012, quando Maiara, teria empreendido viagem para Casa Branca, Porto Ferreira e Leme na companhia de um homem de 53 anos, o qual segundo familiares seria o pai do filho que ela estaria gerando a cerca de 7 meses. Nesta viagem o casal não teria chegado ao destino final, pois, o tal homem havia recebido uma ligação dizendo que ele deveria regressar a São Carlos, para regressar a Casa Branca na semana seguinte, onde segundo ele resolveria o problema com um veículo de sua propriedade. Os delegados Edgar Albanez e Luiz Armando Goyos Ferreira Filho da cidade de Leme, vinham investigando o crime e chegaram a solicitar que o Ministério Público enviasse o inquérito policial para a Polícia Civil de São Carlos, devido alguns fatores encontrados nas diligencias que supostamente apontavam que Maiara, teria sido morta em São Carlos e seu cadáver teria sido levado para a região de Leme, cidade em que ocorreu a “desova de cadáver”, (abandono do corpo) sem a documentação, dinheiro, celular e a bolsa, indicando que o crime se trataria de um latrocínio (matar para roubar), porém esta medida teria sido para maquiar um outro crime que seria um aborto forçado e o desaparecimento do bebê que seria um menino que chamaria João Miguel e desta forma a polícia acredita que poderia o pai da criança estar tentando esconder um caso de paternidade que também deverá ser investigado.

Falando à reportagem o promotor público Daniel Cotoni, que responde pela 2ª vara criminal de Leme, que nos últimos dias analisou cuidadosamente todos os indícios do bárbaro crime que poderá envolver diversas pessoas disse que ainda seria muito prematuro afirmar, mas, há uma grande possibilidade de que Maiara, teria sido levada para outro local até mesmo na região de São Carlos, onde foi morta e posteriormente em um veículo seu corpo foi transportado para área rural de Leme, por uma pessoa que conhece muito bem aquela região onde foi desovado (abandonado) o corpo sem a documentação e pertences para aparentar outro crime. O promotor não quis comentar sobre o desaparecimento do feto, apenas deixou claro que todas as hipóteses devem ser apuradas para dar uma resposta a família e a sociedade regional. Cotoni também disse que o artigo 70 do Código de Processo Penal Brasileiro, diz que a competência da investigação de um crime será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução, porém ele entende que no caso de Maiara, testemunhas, vítima, um suposto mandante e demais peças do processo estariam em São Carlos e deveria a Polícia Civil da cidade concluir os trabalhos para dar mais lisura e rapidez nas investigações e prisões dos responsáveis.

O corpo de Maiara, que chegou a ser sepultado como indigente no cemitério São João Batista na cidade de Leme, também esteve armazenado no Instituto Médico Legal (IML) de Limeira que teria tido um problema na câmara fria e por este motivo foi sepultado até que se encontrassem os familiares. Rubens de Lima, um dos tios de Maiara, foi quem na manhã do dia 8 de janeiro, reconheceu por fotos o corpo da sobrinha, cuja família somente na tarde do dia 7 registrou seu desaparecimento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e relatava que estaria sendo ameaçada caso a polícia entrasse no caso, Maiara seria morta.

Com a identificação, o Juiz Fábio Evangelista de Moura da 2ª Vara Criminal de Leme determinou que por volta das 10 horas do dia 11 de Janeiro, o corpo de Maiara fosse exumado e encaminhado para o sepultamento no cemitério municipal do distrito de Santa Eudóxia. Durante a exumação, auxiliar de legista, médico legista, coveiros e policiais civis constataram que não havia feto no corpo da doméstica de São Carlos. A família apresentou parte da documentação que comprova a gravidez e relata que antes de viajar, ainda pela madrugada do dia 3, quando desapareceu Maiara, teria sido orientada pelo pai de seu filho que chamaria João Miguel a levar os exames para o mesmo analisar. A reportagem descobriu que durante os levantamentos sobre o desaparecimento de Maiara, familiares teriam entregue a policiais civis dois dos quatro comprimidos abortivo “Citotec”, que segundo a família o pai da criança teria adquirido em São Carlos por R$ 800,00 e entregue para Maiara e a pressionava para abortar a criança dizendo que seria casado, teria filhas e isto poderia acabar com sua família.

Maria Aparecida de Oliveira, 42, mãe de Maiara, quebrou o silêncio e resolveu falar sobre o dia em que a filha desapareceu. Trêmula, ela pede justiça e diz que muito mais pessoas teriam participado da morte de sua filha, mas o mandante está solto e nega que teria saído com Maiara, alegando que estaria em uma reunião na região central da cidade. “Minha filha estava grávida. Ela realizava o pré natal em um posto de saúde na vila Nery. Diz Maria Aparecida ainda acredita que seu neto estaria vivo e quer a criança.
Uma prima de Maiara, que seria a madrinha no batismo de João Miguel, afirma que sabia tudo sobre o pai da criança e Maiara, dias antes da viagem teria lhe confidenciado que viajaria para Casa Branca, Porto Ferreira e Leme, bem como no dia 3 de janeiro teria embarcado por volta das 7h05, em um coletivo da Atenas Paulista e desembarcou por volta das 8h no ponto defronte a praça do velório do cemitério Nossa Senhora do Carmo, quando despareceu e não atendia mais o celular que sumiu com sua bolsa, com cerca de R$ 12,00 e outros pertences.

Possivelmente a partir da próxima semana o Fórum Criminal de São Carlos deverá receber o pedido da Justiça Criminal de Leme, para que o caso seja concluído pela equipe do delegado Gilberto de Aquino, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que deverá ouvir formalmente o suposto pai do filho de Maiara, além de dezenas de testemunhas e reunir provas para concluir outra violência contra a mulher em São Carlos, a qual poderá levar para trás das grades o suposto mandante do crime e outras pessoas que teria colaborado com a trama que se assemelha com o caso Eliza Samudio, que encontrou a morte através do goleiro Bruno que não queria assumir a paternidade de um menino que hoje acompanha através dos noticiários o trágico destino de seus pais.

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