Que o tempo há de curar essas marcas profundas que educandos têm deixado nas lembranças de educadores. São feridas abertas que não serão curados por mera demagogia moral. – É precisar marra os cabrestos dos animais – e sensibilizar os humanos, que educação inicia-se nos lares e não em escolas.
Ninguém tem o direito de matar a felicidade de outrem, como fizera o ignorante pai na zona sul de São Paulo, com uma diretora de escola. Traumas profundas foram criadas, rompendo com o estado de prazer de exercer a função de educador. Muitos sãos educadores que são obrigados a fugir da atribuição, porque precisam combater com o medo, uma cultura perversa, destituída de ética, cultivada pela semente da ignorância.
E os méritos alcançados por profissionais da educação caem facilmente no esquecimento, porque essa é uma conquista silenciosa, que mexe apenas com a emoção de quem tem a felicidade de praticar cidadania. Quando a escola Mário Borelli Thomaz (a escola do Comércio) de Porto Ferreira, alcançou a nota 7.0 no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) no ano de 2014, foi uma conquista impar em matéria de educação pública no município.
Embora não fizesse parte da rede educacional, ao ver a escola em que minha filha, Maria Gabriela estuda alcançar um índice tão elevado nesse requisito, senti-me entusiasmo e feliz pela conquista. No entanto, ao mencionar a conquista para uma inspetora de alunos que faz parte do quadro de funcionários da escola, ela disse algo que percebi a distância que existe entre a educação e a sociedade: “Não há muito o que comemorar, pois isso não traz entusiasmo a quase ninguém. Em alguns dias e isso já será esquecido”.
Passados alguns meses, vejo que esse triunfo alcançado pela escola Mário Borelli Thomaz realmente caiu no esquecimento. Pouca foi a repercussão do caso e hoje, dificilmente ouve-se algum comentário ao respeito. Nesse aspecto de negativismo ao que é belo e enaltecedor, é compreensível as lágrimas da educação no Brasil. Quando se trata de alguma notícia negativa, como fora o caso da monitora de creche que agrediam crianças, houve um grande rebuliço e revolta generalizada na população ferreirense.
Não existe nenhuma exaltação em atitudes covardes como essa, mas o que implica é o silêncio das almas, quando encontramos o ponto de partida para essa falta de respeito ao educador, que deveria ser respeito e ovacionado, em vez de martirizado e ridicularizado. A passagem da ética para o subdesenvolvimento moral é um retardo social, conveniente para promoção do desrespeito e marginalização de educandos.
Portanto, é preciso consistir em passar por uma série sucessiva de transformação social, o que implicará em moralizar a cultura da desordem na organização vigente de lares e famílias sem nenhum padrão moral e cultural, alterando os indícios de estrutura em sociedade. Essa desorganização moral, implica em problemas educacionais, levando educadores a sofrer com os resultados nada satisfatórios em matéria de educação.
Para que as mudanças se processem com resultados positivos, é preciso contar com atitudes e comportamento dos interessados, diante da situação precária de transito educacional. Romper com a cultura de privilégio ordinário, já seria uma ótima resposta social, para que a educação não caia na lágrima subjetiva de privilegiar o medo e o silêncio, a fim de exercer a atribuição para qual fora formado, que seria formar cidadãos em vez de confrontar com marginais. (Por Alex Magalhães).
