Force a mente. Em suas lembranças mais remotas, sabe aquele homem que cuidou de você? Aquele que lhe abraçou e disse que tudo ficaria bem após a passagem da tormenta? O santo compreensivo de todas as incertezas? Pai. Palavra curta e complexa que serve para representar lexicalmente um sentimento transcendental. Chegada a data deles, é a hora de homenagear estes entes queridos que sempre encontram um jeito de animar nossas vidas.
Pai. Não basta ser pai; seria simples demais. E eles sabem disso. Pai que se preze é melhor amigo, advogado, anjo da guarda. É Deus quando a religião perde o carisma. Pai é tudo isso e mais um pouco. O primeiro grande amor das mulheres. A primeira grande referência dos homens. Figura que aduba a primeira morada da humanidade, projetando seu amor e criando um elo intrínseco e eterno.
Em vez de deuses, dever-se-iam erigir templos aos nossos reais protetores. As mães incluídas. Aquelas pessoas que fazem chorando o que pedimos sorrindo. Pai que é pai fica acordado até altas horas da noite para saber que a cria chegou em segurança. E depois, para ouvir e solucionar todos os problemas, com paciência e atenção. E mais além ainda, quando chega a vez do filho colher o fruto da vida.
Os pais são tão importantes, que deveriam ser medidos em ouro. É obrigação dos filhos reconhecer suas virtudes, reverberando seus ensinamentos. Mas uma correção precisa ser feita. Pai não é somente aquele que une laços sanguíneos. Trata-se de um sentimento, um estado da alma. Um espírito reluzente capaz de amar mesmo quem não tenha sido provido pela hereditariedade.
Os momentos escuros que abatem um filho nunca aplacam a motivação dos pais em estar ao lado, estimulando a cavalgada em caminho retilíneo – para frente. E vale o sacrifício. Ser pai é incentivar uma continuidade, uma parte de si. É amar um ‘projeto de gente’ que repercutirá suas características, suas orientações, e que será amado genuinamente. Ser pai é deveras especial.
Homens anônimos importantíssimos, fundamentais nos grupos familiares. Ser pai é ser sempre lembrado, viver múltiplas vidas. Um coração que se divide entre muitos e abarca pessoas ilimitadamente. O amor de pai não tem cor, raça, credo ou classe social. É homogêneo e não vê limites. Nesta data, fica esta homenagem aos super-heróis do cotidiano. Obrigado a todos pelo carinho e perseverança.
* O autor é Bacharel em Direito e estudante de Jornalismo e reside em Porto Alegre – RS