Marcos José Bosso, 47 anos, cursou a licenciatura de 2010 a 2013, emendou a especialização em “Formação e Educação à Distância”, também pela Unip, e foi contratado como tutor pelo Polo de Porto Ferreira.
Marcos José Bosso, desenhista
Se não fosse “obrigado” a cursar o Ensino Superior e não contasse com o “empurrãozinho” de alguns amigos, Marcos José Bosso, de 47 anos, teria adiado o mais que pudesse a retomada dos estudos. Mas desde que entrou para a Licenciatura Plena em Matemática, na Unip de Porto Ferreira, não se separou mais da faculdade. Hoje, tutor dos alunos de sua área e desenhista em uma grande empresa de móveis da cidade, Bosso vê a importância da formação universitária para o sucesso profissional.
Marcos concluiu o Ensino Médio em 1987 e deu-se por satisfeito. “Na época, não havia exigência do ensino superior para muitas áreas”, relembra. Ele fez um curso de Autocad (software utilizado para desenho e modelagem em 3D de peças de engenharia, projetos de arquitetura, entre outros) em 2007 no Senai, e passou a lecionar a disciplina para os novos aprendizes. Foi, então, que surgiu a necessidade da graduação.
Cursou a licenciatura de 2010 a 2013, emendou a especialização em “Formação e Educação à Distância”, também pela Unip, e foi convidado a trabalhar como tutor no polo ferreirense. “Outras oportunidades de emprego surgiram depois de concluir a graduação”, diz ele. “Mas optei por trabalhar na Unip porque gosto do ambiente escolar”. Na faculdade, sua função é orientar os alunos e dar-lhes condição de navegar pela plataforma de ensino, de modo que encontre facilmente os conteúdos de pesquisa e postagem dos trabalhos, além da adequação aos horários das atividades e provas presenciais.
Segundo Bosso, o perfil do aluno EaD, com o qual lida, é o mesmo que o seu: “são pessoas mais maduras, que já têm família, filho e trabalho, e o ir e vir das faculdades presenciais dificultam a volta aos estudos”. Por isso, afirma ser uma satisfação proporcionar apoio e suporte necessários a graduandos que, como ele, enfrentam muitos obstáculos para melhorar sua formação. “O que me encanta em alguns de nossos alunos é a dedicação aos estudos, aos conteúdos, aos prazos”, fala.
Contudo, aqueles que fazem da idade a sua “pedra no sapato” para voltar a se debruçar sobre os livros não devem conversar com o tutor da Matemática. “Idade alguma é empecilho”, afirma ele. “As pessoas devem se espelhar nos que foram adiante em suas vidas e não pensaram na idade que tinham”, completa, citando o jornalista Roberto Marinho, que iniciou seu império televisivo, fundando a Globo do Rio, aos 60 anos, em 1965.
“Hoje, qualquer concurso público pede o Ensino Superior, isto é, um concurso de nível mais elevado, com melhores salários, exige a faculdade. E, no futuro, tendem a exigir cada vez mais dos candidatos essa formação acadêmica”, analisa Bosso.